segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

PRESENTE DE NATAL

            Saíra aquela tarde mais cedo do que o combinado, às quatro e meia, vestia eu uma camiseta que ganhara de aniversário, modelo polo e um jeans casual. Estava já farto com um cabelo que me sobrava, algo nas pontas um pouco grisalho, a aparentar mais na barba de duas semanas. Antes de sair, aparei tudo, olhei-me no espelho e os 48 me pareceram mais tardios... Amália me prometera encontrar comigo perto de uma escada de acesso ao mar. Propriamente ao lado de uma canoa azul e amarela, que estava presa em um cavalete, naquela pequena praia de baía.
            Aproximei-me e disse-lhe:
            - Parece que faz tanto tempo, e eu lhe encontro quase todos os dias. Serão estas pedras que nos tornam parte de algo que talvez não saibamos?
            - Tom, eu não sei muito o que quer dizer com isso, parece que você está me tomando com uma certa liberdade... Trato de lhe dizer que deve se comportar melhor.
            - Parece que me falas como um autômato. Será que é sempre assim que vamos nos entender, nessa já difícil e restrita existência de não sermos quem queremos, Amália?
            Pode ser que a nós nos parecesse algo confusa a existência. Parecia que uma burla eterna nos esperava, uma vida em que todos procuravam suas vantagens, uma corrida com botões já magnetizados pela previsibilidade de sempre termos que admirar as atitudes dos outros, sem a contestação simples e necessária, sem o debate entre os desiguais, que deveria fazer parte não apenas de concessões de retrocesso, mas a partir do que se pensasse de algo, de modo sincero, a ver que nem tudo são flores no terreno da egolatria. Esse grande ídolo de enormes tetas secas onde pensamos que esprememos nosso sucesso, em uma sociedade já enormemente fracassada de retóricas pungentes que caem no desnível do descaso. Espelhamento das relações de quem estaria acordado, ou mais consciente do que realmente se passa? Talvez sim, há o que se pensar... Tentei de novo:
            - Amália, o que se passa na novela das oito? Não precisa ter visto, eu mesmo não vi o que queria na TV fechada, e vim a descobrir uma equação importante em Marx.
            - Não devias falar nesse poeta da filosofia, isso é um caminho para te pores mal um dia. Só não quero que confunda o fato de estar contigo aqui e achares que podes algo comigo em outro lugar. Seu perfil não condiz...
            - Com o que deva de ser realidade? Será muito pensar que dialogo sozinho quando estou contigo, ou o que na verdade pensas que um homem como eu acredita ser alguém na presença de uma mulher em que tem esperança que não seja como todos?
            Tentava eu, e as palavras pendiam para a evasão, a fuga simples, e me tornava cada vez mais cônscio da verdadeira dimensão do cárcere espiritual de nós e nosso planeta. Pensava nos presidentes das nações, seu modo de aceitar, e pensaria que fosse realmente melhor a que fossem Brahmanes. Não haveria outro modo. Como pensar que o grande administrador possível em Roma e Judéia fosse Jesus, o Cristo, ele seria o melhor Rei. Mas na verdade falar nisso agora a uma mulher que admirava e achava bela, pela austeridade nos meus sentimentos com ela, nesse “padrão”, não seria válido, mesmo porque pensávamos em ser indiferentes com tudo, os que pensassem, pois não seria assim de qualquer forma. O circuito era desumano, seríamos robots das redes sociais, seríamos pontos que creem ser donos do grande mentor abstrato da própria rede, seja lá web ou outro tipo de conexão? Não haveria possibilidade de não estarmos plugados em nossos traseiros por um subjugador nada sereno das possibilidades de prazer, visto na década de oitenta as redes terem começado a impor o cárcere florido da eletrônica? Não, seria pensar com uma possibilidade cretina das sujeiras que muitos tem se permitido alcançar. Nada, por Deus que estivesse errado, se uma nação existisse na não necessidade nada atávica em pretender algo de mundo novo com o filtro minucioso da dominação tecnológica... Quem seria eu a contestar modalidades ou fetiches no novo modal causal da comunicação? Seu modal de êxtase, sua sintaxe algo ergonômica e hipertrofiada nas letras? Tivesse eu mais tempo tentaria de outro modo, mas os segundos inexoráveis de um encontro nunca nos dão uma chance maior na sinceridade de nossas atitudes reflexas por ingênua antecipação congenial:
            - Amália, eu posso olhar em seus olhos, vê-los ao menos?
            - Acabei de receber um recado no Apps. Posso ver, ao menos?
            - Faça como quiser, tenho que ir, amanhã nos encontramos para nos cumprimentarmos, como sempre, até.
            Os olhos dela, fixos, sabiam que esse recado era esperado por ela por mais tempo do que os nossos dias, alguns sim, outros não. Não haveria mais tempo, e eu vislumbrei aquele cabelo e o vi, em uma alienação proposital, se transformando em um tipo de cerda plástica em que todo o corpo balançava como uma boneca que traísse em si mesma algo que nunca a alcançaria nos novos tempos uma companhia consciente de tal, que não funcionasse apenas sob o véu de Maya presente tão fortemente nas sociedades contemporâneas. Esse lençol virado lona que nos impedia de tocar-nos, essa rede feito plêiade que envolve um grupo ou uma miríade deles e nos torna obcecados pela ideia de aceitabilidade, que eu me tornara apenas um investigador da alma, apenas isso... Tornado isso, partia de mim mesmo para as alturas e encontrava no voo de um morcego um parâmetro indiscutivelmente mais verdadeiro, e posto que falasse, posto que gostassem. Pensei em Balarama, sua parafernália, sua tez de ouro, que fizesse companhia a Krsna, o menino negro, em seus Passatempos. Não haveria outro modal, a circunspecção que me abraçava passava por aí, e eu queria apenas da mulher um toque, um carinho, nada que fosse a pegada esperada, conforme o jargão do milênio surgido, com toda a força imanente de Kali Yuga. Essa Era tornava-se o esperado em todas as circunstâncias do planeta, a contar que a fixação bíblica já tornava o fim algo próximo, mas não, estaríamos apenas no começo da era das desavenças e da hipocrisia, a dura, a de ferro que nos espera em cada segundo dos nossos crassos erros passados... Quanto à última questão: a hipocrisia, era esta revelada de modo a tentarmos blindar nossas existências com o jogo de quem nos coloca, qual marionetes, no jogo, a jogar o que não precisamos, pois não precisamos participar desse colóquio amoroso com o destino que nos é imposto.
            Na síntese do processo em que me encontrava, tentava buscar ao máximo um encontro com a minha espiritualidade, e chegava sempre à conclusão de que um outro colóquio seria muito importante: o diálogo. Pois que este continua, como as páginas de um bom livro de papel. Como quando recebemos um presente em forma de livro e seguimos protegendo da chuva aquele tesouro que no novo século teimam em fazer valer obra do regresso, mas que a validade do papel é tão imensa e maravilhosa quando de seu surgimento no Oriente antigo! No entanto, o papel não fazia sentido no midcult que se tornara o novo aspecto do Ocidente, com as jugulares sistêmicas retraídas pela questão do nível geopolítico marcante dos mundos orientais. A sim, o midcult, a atração pequeno burguesa pelo novo, pela coisificação e polarização entre o ser e o objeto, o ser e o nada, como já dizia um filósofo. A contestação pura e simples, de uma simplicidade tão evidente se faz necessária. O laurel a dar esteio a linhas de consciência é o nível de vivência particular e o estudo recorrente, por caminhos independentes, que permitirá ao pensador melhor desempenho de suas ideias. Não podemos continuar empenhados em querermos dizer algo através de meios em que as portas não se comuniquem, não apenas conceitualmente, como no processo algo travado dos nossos meios internos de concebermos certas frações apenas, comportando o nosso dizer com o próprio conceito atávico e “novo” do atual recurso behaviorista. Esses recursos que coisificam o homem, treinando-o a ser uma máquina feliz, próspera e bem comportada, seja na coisificação religiosa com ganhos no seu viés de interesses particulares, ou no próprio processo particular de oligopólios divididos em terceiros e quartos e quintos aspectos fracionários, caracterizando monopólios e ganhos fragmentados mas unidos por fábricas de dominação ideológica ou técnica de pulverizadora do homem, este enquanto ser social, manufator e fabril de suas próprias e necessárias liberdades e tempos para si.
            Talha-se o tempo e adiciona-se a competição de serem aceitos os carentes para redes em que um ícone de mãozinha pode vir a ser ou fazer a diferença para que continuem no mínimo de bom humor, no aparente revelador nicho da existência humana, onde o ser fabril vira agente fabricado de seus próprios afetos. Conceitualmente, afora isso aparentemente não se revelará maiores possibilidades de que esse ser seja aceito, justamente em que seu perfil pode ser visto por um virtual patrão ou parceiro de negócios para saber se será aceito ou não no nomeado ou recém criado e aparentemente idôneo grupo social em que pleiteia aceitabilidade. Uma investigação se modulariza pelas informações que esse indivíduo expõe nas redes sociais, e o que antes significava vida privada se torna uma grande vitrine coletiva, impedindo o ser coletivo de se organizar melhor sem ter que enfrentar contendores por vezes muito mais sérios, como setores sociais da extrema direita, por um exemplo cabal, que manietam a identidade cultural, religiosa, étnica e política de cunho progressista e reformador a bem do povo de uma nação, e não em defesa das matrizes que fabricam esses meios que se impõem com seus modais de fora para dentro e para dentro de seus centros localizados estrategicamente nas entranhas dos serviços secretos de informações e suas agências espalhadas por todos os cantos, com a facilidade de extração com cliques de botões.
            São fatos que ocorrem, e é a modalidade da sintaxe que passa a vigorar, no entanto com seu próprio fracasso, onde as contradições já esperadas pelos sistemas que apoiam essa dominação carecem de esclarecimentos cabais para que se remontem as peças em variados jogos onde as luzes ou pontos focais por vezes trabalham aleatoriamente, em um modo causal depois de starts e direcionamentos começados a partir do combate aos pensamentos mais verdadeiros e fac-símiles originados da tomada de consciência dentro dos padrões que visível e paulatinamente dispensam a ética e passam a agir dentro do maquiavelismo padrão, aí sim, sem moderações a partir do bem e do mal: passam a agir em nome do bem, passam a agir em nome do mal, o mal pelo bem, o bem pelo mal, convencionados e apartados, perdendo por aí abertamente no Tao ignorado, dentro do retorno a um cartesianismo que sempre será gerado pelas dualidades das linguagens de máquina dos sistemas computacionais. Esse modal cartesiano peca pela imbecilidade de tentar construir um padrão universal, haja vista a polarização bíblica começar a se acentuar entre o Velho e o Novo Testamento, entre outras sacralizações, na grande mescla que leva ao homem carregar o fardo de si mesmo, como acontece com Cristo, mas sem a salvação.
            O leme do barco deve ser aprumado. Não há salvação fora do Comunismo Espiritual... Pelo menos a predisposição de vermos os necessitados como seres que precisem de nossa atenção. O leme deve ser aprumado para que vejamos que os insetos tem sua ciência infinita, que os pássaros tem o mesmo direito que os humanos na Terra, que os nossos filhos não sejam educados a passar os outros para trás, que a competição é desumana fora do esporte, mas que o esporte é necessário para que possamos lutar contra a competição entre fortes contra fracos, dessa desumanidade referida. Que tenhamos a coragem de mostrar aqueles que pecam contra a justiça social aos olhos de Deus e dos povos, pois o homem recebe um corpo aparentemente mais evoluído não para destruir o seu próprio planeta, mas para ser mais justo com o seu próximo, seja ele homem, animal, planta, inseto, ou seja, todos os seres vivos, pois estes vieram com uma alma – atma –, a luz que imanta de cada ser. É tempo de mudarmos o rumo, pois se não vier essa mudança a caminho da paz necessária e urgente, e da não violência com outros seres, haverá problema grande na mesma geração que vos fala, de meio século, para diante e para trás, e os que virão, de outros, para trás e para muitos e muitos anos de sofrimento aqui onde residimos. Ainda temos um tempo para refletirmos... O mundo não acabou, pois acabamos pagando esse mico a falta de maiores luzes com relação ao próprio mundo que não nos pertence – nem um lote de terra. Saibamos que o que nos pertence é a mesma inteligência que não poderemos nunca desprezar quando aponta seu archote para que mudemos a situação de algo para melhor: uma aldeia, uma cidade, um país e um continente; o que seja, para melhorar nossa condição e daqueles que nos envolvem na vida que pulsa, seja formiga, grão que nos alimente, pássaro que voe ou não. Quem sabe um cão, que nos vê na estrada, e tece um abraço quando nos apoia quando queremos que bem se alimente naquele dia. A empreitada é de todos! E, para isso tudo, a luta sempre continua, pois a alienação não é faculdade de inerência.

domingo, 11 de dezembro de 2016

A MODELAGEM NO PANORAMA GEOMÉTRICO

            Dizia Cèzanne, em seus tratados da pintura, do surgimento cubista no século passado, que as formas mais primitivas da geometria poderiam traduzir toda a Natureza, justamente modelando as transições com os cinzas coloridos, que mais não seriam do que a mistura de cores complementares. Figura imponente de genialidade, mostrava ao mundo o surgimento de um canal de expressão de importância vital, que seria mais tarde redescoberto por meios que hoje já estão utilizando em uma geometria com suporte nos sistemas de computação gráfica, sem que lhes dessem o crédito de uma antena gigantesca que previa o surgimento da tridimensionalidade, no rebatimento da história da pintura que hoje passa ao largo das escolas que não se aprofundam por esses esteios culturais da humanidade de vital importância para se compreender o mundo.
            As entidades geométricas de hoje, em um bom software de computação gráfica, permitem modelagens precisas a partir de formas primitivas como um cubo, uma esfera, um cone, um plano e etc. Dessa textura que por vezes inexiste na Natureza, se vê um game, por exemplo, como algo que treina, mas que voltemos sempre à superfície da pintura, pois o fazer passa pela integralidade dos processos, e há ainda gerações que passaram pelo processo artesanal da produção, e o industrialismo remonta usual e necessário, como no comércio a manipulação humana dos alimentos traz à tona um mecanicismo que não suplantará os tempos, já que existe o ser laboral como um gatilho tão antigo que remonta a nossa história desde o primeiro processo das ferramentas, em um espelhamento cabal de termos que traduzir a informática como uma ferramenta avançada, não mais do que isso, pois por além é mito com um estereótipo de uma fronteira ilusória. Justamente a fronteira do que somos e do que passamos a ser, em que o meio que utilizamos não possui jamais bateria perene, em virtudes de circunstâncias climáticas que impedem a passagem de correntes de energia que dão o suporte a qualquer tipo de escala de produção. Seja industrial, de serviços, no aparente mundo inquebrantável da informática em que, paralelamente ás informações e seus grupos de perfil quase aparente pela conveniência algo reflexa de neocostumes, passamos a inibir a fluência e necessidade da forma inequívoca do pensar, recorrente enquanto esteio, e não apanágio.
            O meio este de que falamos possui uma raiz, um endereço chamado ID, de cada máquina. Suas senhas se mostram meros artifícios para aqueles que sabem ingressar em sistemas, possivelmente graças a arquiteturas plasmadas por grandes corporações, que passam a ingressar como querem, vender informações, trabalhar com dados, enviar para matrizes seus protocolos e blindar quase inocentemente uma vitrine em que se vê, como nas ruas os sistemas de controle e segurança, que podem vir a agregar muito mais complexidade, posto sistemas situados em uma espacialidade versus bidimensionalidade de acesso à qualquer pista ou informação. Ainda não chegamos ao tempo de vermos um espaço tridimensional real a partir do espaço de uma rua, por exemplo, mas o rebatimento de espaços recriados em simulações orientadas não ao treino, mas à questão investigativa, nos casos de improvisação e serviços de manipulação virtual pode ser considerado uma tendência de sistemas de inteligência algo raros, mas certamente em processos de estudo. Essa é uma plataforma de meio em que nos encontramos hoje, nos países que supomos mais “inteligentes”. A sintaxe vira um papel ao avesso, e o uso deste carimbo pode se tornar um fracasso total, frente ao simples recrudescer de uma chuva, esta um dado não carimbado, algo que não temos nenhuma inflexão, e estaremos desconexos justamente por estarmos tão “plugados” a certos meios de trabalho, que deveriam estar presentes sem segredo nas mãos de uma sociedade, e a serviço desta, indubitavelmente! Quanto ao endereço de cada máquina, nunca haverá integração suficiente para administrar toda uma parafernália em que os consumos ininterruptos criam espaços de novas e novas galáxias, em que o céu é o espaço magnético, as ondas chegam por satélites e a ciência cerebral – para um exemplo concreto da ciência – ainda engatinha em seus mapas procedurais e funcionais.
Todo um sistema da economia, planificado a partir dos eixos que coordenam esse neoliberalismo sem “fronteiras”, revela o chumbo dos muros, a contenção, a diáspora, a espionagem sem limites, um tipo de voz crua a invadir nossos recônditos segredos, justamente quando não temos a noção do que é ter um limite na expressão de nossas ideias. Trata-se, para se fazer uma relação com o outro parágrafo, da palavra neo: algo novo; liberal: livre, libertário, que consente. Apenas um rótulo. Encapsulando as frentes dos países que querem verdadeiramente se tornar independentes, quando sinceramente pensam em manter a hegemonia de suas matas, a circunscrição pacífica de suas fronteiras. O neoliberalismo veio antes de Marx, originou seus estudos, erigiu seu grande tratado. Inquestionavelmente, Marx soube modelar a história das riquezas, dissecando profundamente as estruturas produtivas e mostrou ao mundo que em termos do setor econômico passa a criar a última grande obra de referência sobre a matéria, como se através de um simples cubo, seus seis lados, oito vértices e doze arestas, se fosse o panorama econômico de um planeta, mostrasse a Natureza de cada lado, de cada vértice e de cada aresta, em que cinco lados podem estar sobre a face apoiada na superfície, esta sob o peso da opressão do objeto que se tornara a relação que pode ser espelhada propriamente na matemática geométrica e que, ao se revezar e permitir que o cubo se torne o seu próprio dono. Os objetos podem assumir sua própria natureza material, e modelarem-se conforme a experiência de sua própria superfície. A velha questão da simplicidade de uma forma primitiva para poder designar qualquer relação entre seus elementos, que fossem apenas um plano-face, uma linha-aresta, um ponto-vértice. A simples questão de que o neoliberalismo, enquanto ferramenta de dominação injusta e desumana, deve ser considerado eticamente passado. As leis da independência das nações devem se lembrar desse fato, ou seja, como se constrói um país, e não como sucatear seus serviços essenciais, como de fato ocorre no Brasil.
Da importância de dizer apenas, esse é nosso domínio, é da natureza humana pensar, como é da natureza inequívoca do planeta reagir, apesar dos desmandos do homem em relação a ele serem mais do que impróprios, na verdade insanos... Contarmos com uma compreensão crítica do que vemos por adiante em nossos pequenos espaços, nossos pequenos mundos quiçá nos permita que vejamos a vastidão de nossa aldeia, pois quem sabe sejamos mais quixotescos do que queiram nos ver. Quem sabe Shakespeare nos ensine, quem sabe Fernando Pessoa saiba um pouco, Camões e tantos outros. Não necessariamente devamos entrar em processos muito complexos, pois o barco navega na calmaria, e é nessas horas de termos definido uma boa modelagem que paramos e – quem sabe – fumamos um cigarro pensando na vida...

sábado, 10 de dezembro de 2016

DE SE TRATAR DA PAUSA

            Encaminhamos tardiamente a um modo de pensar algo que nos remete a uma plataforma em que não saberemos mais nada se não dermos pausas no crescimento colunar de nossas ideias. Não é de dizer nada, que propriamente neurologicamente quiçá possamos estar mais por detrás, mas justamente é o insight permanente que nos torna um pouco dogs de rua... Os cães o sabem, como o sabe a poesia de detrás dos montes, de um muro que respira, de outra rua e outras ruas. Um gato sobe soberano pelo alpendre, sustém o seu movimento por dentro de uma alcatifa, retrai a cilada e prossegue, subindo pelas paredes! Algo meio louco se passa. A coluna jônica de seus capitéis não revela tanto, mas o fato de estarmos a meio dela mostra o aqueduto subterrâneo que leva o esgotamento para nossas águas. Se sabemos, enquanto crianças, de tantas as informações, mesmos adultos ignoramos a necessidade de pausas enquanto vírgulas a estarem presentes em nossos predicados. A ação, caros amigos, ocorre em um tempo em que devemos insurgir a nossa plácida consciência a que permaneçamos serenos enquanto ações ocorrem, na miríade de sermos capitães de nossos atos, enquanto e porquanto na embarcação de nossas desditas. A água-marinha manda assim, mesmo a partir de tempos em que fora uma joia, dada por um cavaleiro à sua dama, em legítimo e consignado, mesmo em derrotas, a um legítimo casamento. Mas que não, procede que não sejamos algo mais de isso assim? A fala é curta, pois que se curta a fala.
            Quem não compreende o voo do pássaro não pode contar muito quando este assombra uma estrela. Não pode prescindir que, enquanto vê o pássaro noturno se perder por entre o mar de um céu morno, sabe que na manhã que não viu uma borboleta solitária pousou na planta que não existiria enquanto surgimento da aurora. Porque não sejamos essas informações que, como diz um livro sagrado, quando da sacralidade de podermos vê-lo na página do vento, partem em direção ao conhecimento em que nada nos atalha a percepção mais espiritual da situação verbalizada, pois, até então?! O que faria um observador noturno se a imagem camarada aparecesse em seu binóculo de lentes inquietas na algibeira, de se enxergar apenas uma semântica que poderia parecer creditada ao perscrutador, mas que não passaria de uma palavra de apelo ao gentil: ao camarada. Seria o surgimento de uma comuna, ou propriamente uma tocha que se traduz na luz da solidariedade que dela necessita para continuar acesa?
            A quantos mundos viveremos, ou em quais estaremos para continuar conversas que outros sabem que interpõem na caldeira de seus próprios fracassos? Nada, companheiros, se diz isso mesmo: companheiros, de jornada, de janelas abertas, de grades encostadas, esperando visitas, de um homem que carrega latas e lhe dá uma de presente de natal. Nada é mais camarada do que a generosidade de um símbolo concreto de um ato, e perdoem se nessa curta caminhada do saber algo se diz que não se deve, pois outros viram e pretenderam mudar o status, disto de não saberem como, pois que não se saiba, que saber não é um ato. Que se saiba depois de agir, como um cavalheiro que pousa o seu olhar na ignomínia e escarnece de seu próprio descaso, já que estamos falando de crianças a tira colo de seus próprios padrões acessíveis ao mais próximos e distantes de si mesmos... Seríamos fatalistas ao ponto de acreditar que um escritor reside na memória de outros, como se a fatalidade de suas penas ainda assim não lhe incluísse na cidadania plena de leis e outras leis, como tantas são estas? Creiam-me, tudo na interpretação roga que se pense antes na paz, pois esta palavra é a sursis do poeta. E quem verdadeiramente tece a poesia neste século sabe que a secularidade anda rara no mundo, e o que se pensa ser a energia cerebral não passa de introito para socialmente adoecermos mais e mais: espiritual e materialmente. O que fazemos de um passado é justamente o que queremos de um futuro, mas esquecemos que o tempo que vivemos agora abarca os erros de um tempo e projeta a sua repetição majorada no que dispõem alguns querendo, na temática ruidosa, antipacífica e antidemocrática de um modal gerenciado por foguetes e seus olhos amestrados. Podemos estar quedados a níveis de compreensão, mas pensarmos no que é de energia, como diria o Gita, pensemos melhor em modais tais como o da Bondade, o da Paixão e o da Ignorância, este último francamente exacerbado nos tempos da atualidade. Passamos a ter que conviver com esse fato, e o seu viés é transcendermos não na ausência de ação, mas na ação em consciência de Krsna. Que seja, a consciência em si... Porventura descobrirmos o véu de uma pequena e insignificante luz nos monstros sociais em que muitos se tornam, sabendo-nos condizentes, pois enquanto estamos cônscios dessa Natureza Material, o espírito se espelha onde quer que coloquemos o nosso olhar. Este olhar de magnitude máxima, não que o tenhamos sempre – ao olhar – mas que se revele na superfície do mundo apenas a consagração de uma paz que atravesse até mesmo a renitência da maldade. Justamente porque por vezes nos parece lindo sermos tiranos, perdemos a ternura, claudicamos os nossos movimentos, pescamos certos augúrios, e que no entanto devemos saber que são etapas de um conhecimento que vem escalar, na ida e volta, no intervalo ou pausa necessários, mais ida, posto o tempo que temos dela necessite, quando essa ida, por um exemplo mais cabal, é querermos alimento, educação e saúde para todos, no término da primeira ida, pois sem isso nunca seremos e nem iremos para nenhum lugar. A que simplesmente pensemos nisso como um parâmetro societário, pois isso seria algo de uma etapa tão bela que a Nação brasileira sorriria como um todo, porquanto sem mais pausas, pois um momento de reflexão para começar a construir é de todos um sentimento que aflora desde em um pássaro à flora, de um guri que sorri a ver a flor, ou de um velho que vê em segurança e em um país livre toda a sua progenitura!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

EDUCAR UM PAÍS É COMO EXPLICAR A UM ALUNO CARENTE COMO FOI FABRICADO O LÁPIS QUE DEVE SE TORNAR MAIS DO QUE UMA FERRAMENTA, MAS SEU COMPANHEIRO DILETO.

HOUVESSE UM TEMPO EM QUE FOSSEMOS MAIS JOVENS COM A MEMÓRIA DE TEMPOS MAIS ANTIGOS... COMO NEM SEMPRE SOMOS VELHOS, QUE A JUVENTUDE LEIA E PESQUISE MUITO SOBRE A HISTÓRIA, SEUS HOMENS, SUAS MULHERES E SEUS ACONTECIMENTOS...

UM BOM PROFESSOR NÃO NEGA SEU ENSINAMENTO, POIS NÃO DEPENDE QUE DIGAM SE ELE É GRADUADO OU NÃO, E PODE SER PERSONIFICADO POR UMA PESSOA OU QUALQUER MEMBRO DA NATUREZA, CABE AO HOMEM FAZER VALER ESSA PERCEPÇÃO JÁ NÃO MUITO PRESENTE NAS "VIRTUDES" DIGITAIS.

TENTAR MUDAR O MUNDO PARA MELHOR NÃO É UM SONHO VÃO, MAS UM DEVER, UMA LIÇÃO DE CASA, DIUTURNA E NECESSÁRIA...

A CONVENIÊNCIA NÃO É NA MAIOR PARTE DOS CASOS UM MODO DIPLOMÁTICO DE AÇÃO, QUANDO COLOCADA APENAS À DISPOSIÇÃO DO EGOÍSMO.

A SABER QUE ALGUNS ARQUITETOS DEVIAM RENUNCIAR AO CONSTRUIR PARA TENTAR CONVENCER, ATRAVÉS DE BONS PROJETOS URBANÍSTICOS, QUE TODA A VIDA URBANA PEDE PASSAGEM A SÓLIDOS PLANOS DIRETORES.

AS ILHAS MAIORES DEVEM TER SEUS SISTEMAS DE ESGOTAMENTO DESCENTRALIZADOS EM MÉDIAS UNIDADES DE TRATAMENTO DAS SUAS ÁGUAS, NA TOTALIDADE DE UMA REDE QUE NÃO DEPENDA DO FLUXO MAJORADO.

NADA DO QUE É SÓLIDO SE DESMANCHA NO AR, A NÃO SER QUE A TERRA COMO PLANETA DÊ ESPAÇO A QUE NOSSOS RESÍDUOS SE TRANSFORMEM EM ALIMENTO, SIMPLESMENTE CONSAGRANDO O LIXO ORGÂNICO A UMA AGRICULTURA IGUALMENTE ORGÂNICA, POIS OS CÂNCERES ANDAM SEMPRE À ESPREITA COM SUAS NÃO CURAS IMPETRADAS PELO EQUÍVOCO DA CIÊNCIA.

VALERÁ A PENA ESTARMOS PLUGADOS AD ETERNUM, SEM AS CLAVES QUE NÃO NOS IMPEÇAM DE CRESCER ENQUANTO CIDADÃOS DE UM MUNDO QUE, MESMO AINDA EM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO INSANA, NA VERDADE NÃO SOUBE GESTAR AS SUAS PRÓPRIAS SOLUÇÕES..?

TUDO QUE É DAS NATUREZAS REFLEXAS SE TRADUZEM NAS EMBALAGENS QUE UMA BOA INVESTIGAÇÃO ENCONTRA COM CADA HISTÓRIA NOS VESTÍGIOS DE MINUTOS OU DE SÉCULOS...

NO QUE DISTE ESTARMOS CERTOS, MAS QUE O MUNDO OLHA PARA AQUELE MAR QUE NÃO NAVEGA MAIS OS BANHISTAS, E OUTROS QUE CONCRETAMENTE DE UM FUTURO DO ESPELHO AO PRESENTE DAS MÃOS DOS ADMINISTRADORES DO DESCASO.

EM UM LAPSO DE TEMPO REDESCOBRIMOS QUE HÁ AS HORAS EM QUE SAÍMOS PARA FUMAR UM CIGARRO NA COMPANHIA GIGANTESCA DE NOSSAS DÚVIDAS E CERTEZAS...

UM GRAPHIS PODE SER UM TÍTULO DE UMA HISTÓRIA, OU A RETICÊNCIA CÔNCAVO, CONVEXA E INFINITAMENTE SUPERIOR DO QUE A SUPERFÍCIE, COMO A NATUREZA MATERIAL.

NOSSA PERSONA GERADA

A um mando quase profético criamos mitos de um ser que ruge
Nos dias em que a noite não se encontra mais com o sol em seu dia
Mas que possui uma estranha qualidade de um passado quase querubim.

O dia é dia de ver algo, e que o poeta gira a távola no lado de Artur,
Que se bendigam Morganas, mas Guinevere mostra ao fado do cavaleiro
Que foram tantas e tantas como tantos são os outros arquétipos da persona.

A tomada de uma letra inequívoca coloca a perfeição de outra lenta em xeque
Quando sabemos que das poesias ignoradas, mais vale a expressão do artista
Do que o não ser próprio de um sistema que se expande mais na contra mão.

A sabermos que o mesmo átomo consolador de uma derrota não aplacada
É aquilo que não devemos por qual lutar, pois é de batalhas que se vive,
E não será pela senda de um milagre que lutaremos quando inexiste de fato.

Lutamos por um vida compartida, não por sequências de fatos outros
Que não nos permitem viver sinceramente, a não ser – quando se sabe –
Que coletivamente saberemos melhor quando da consciência de cada um...

Personas geradas, não há como estender algum plano de insurgir um caldal
Quando o que nos reserva o fato é apenas compreendermos como funciona
O a mais bê da suposta via em tornados reticentes de nos encontrarmos vida!

Assim diremos muito quando não sabemos tanto a qual persona nos ligamos,
Se a própria liberdade dos encontros nos encapsula no que antes não sabíamos
E que agora vertentes de palavras surgem para agendar coitos de cavalos...

A que se dissesse não, mas não haverá modo de parar a mão que escreve
Quando muitos que não mudam sua chave mostram que não obscurecem mais
Do que aquilo que em bruto se chama maldade, ou ética covarde de guerra.

Do macio das estrelas passamos por um critério de dúvidas quando necessário,
Vemos nas serpentinas cruzes que são criadas no caminho do Salvador
O que nos inibe em que Ele o seja realmente, e não apenas pegadas históricas...

Seremos genomas das mesmas frases, ou veias em que corremos a abraçar ossos
Na plêiade de substitutos indeléveis, na vida de semânticas que não traduzem,
Nas ideias de um pobre homem que se digna a praticar apenas de sua arte!

Vertentes nos sobrem e não nos faltem, posto estarmos à espera de nossa nau
Em casas que nos revelam algum temperamento assaz raro, não que se espere
No tanto que seja demais, o demais de um tanto que nos sobre no quase agora...

Versos que não enclausuram, pois a poesia vai pelos nichos, carrega seres,
Entende a humanidade, reflete, restaura, modela e não se exaure jamais
Das questões prementes do homem, da vida libertária de uma ideia.

A veia que não se repita nunca, da veia que existe sólida, flexível, carne, duto,
A que não repita o serenar pétreo de seu modal em uma dialética sem rumo
Mas que nos envolve na vereda de prata em que os índios nos deram a bússola!

Dessas outras personas que não gestam apenas, que são, que ficam, que residem
Qual uma medicina que abraça diversas fronteiras, sem o ganho que não seja
O atalho discreto de uma humanidade como classe, como parelha e causa...

Segue um homem sem saber qual a diferença entre existir gêneros,
Pois há de sabermos das criações das circunstâncias, em que certos rumos
Não fazem parte de classes ou objetos, mas que o zero e um compartam...

Do que o zero só possua esse nome, essa persona que não é mas é, que existe,
Que potencializa a matemática, que gera intervalos, que soma quando só idem,
No que o um se revele igualmente no mais do que, a saber, apenas a matemática!

Seriam tantas as personas como os filmes gerados, mas a imaginação, posta musa
Reflete o uso inconstante de um uso quase qualquer quando banaliza, nua,
A contestação inexistente posto quase ideário no que não versa: coisifica.

Não estaremos em um palco sem estrelas, estremecendo por aquilo que não vemos
Mas que supostamente encontra referências prontas no que se é da película
Que se torna a nossa própria, por vezes, quando nos impõe a persona que não somos.

sábado, 3 de dezembro de 2016

PARECE-NOS QUE SE NOS NUBLA O TEMPO, QUANDO ÀS VEZES POSSA PARECER QUE DELE FAZEMOS PARTE: ESSE TEMPO QUE TUDO DEVORA, MAS QUE DEIXA SUA MULHER, A HISTÓRIA, MUITAS VEZES CONVALESCENDO POR OMISSÃO DE SEUS FILHOS: O PASSADO E A JUSTIÇA.

A CARÊNCIA DE UM POVO CARECE DOS CUIDADOS QUE NÃO FORAM TOMADOS PARA QUE ELE POSSA ACORDAR UM DIA DE UM SONO DE SOFISMAS E REGRESSOS.

A LIBERDADE DO MUNDO HOJE CARECE DE UMA VOLTA DE IDA E VOLTA AO INFINITO QUE NENHUMA LEI SUCEDE QUE SAIBA.

A VIDA DE UM HOMEM JAMAIS PODE SER COLOCADA EM XEQUE EM VIRTUDE DE SUAS OPINIÕES, QUANDO ESTAS SÃO A MAIS PURA EXPRESSÃO CONCRETA DE SEUS IDEAIS!!

TODA A NAÇÃO SABE QUE SUAS PEGADAS NÃO IMPUTAM QUALQUER CRIME, MAS REVELAM NO CUNHO DA JUSTIÇA OS CAMINHOS EM QUE NESTA SOCIAL - BEM ENTENDIDA - É QUE DEVEMOS NOS ESPELHAR, POIS SEM ELA PERECEMOS NÃO APENAS COLETIVAMENTE, MAS IGUALMENTE NO CERNE INDIVIDUAL...

QUEIRAMOS MELHOR EXISTÊNCIA PARA TODOS, UM COMUNISMO ESPIRITUAL SEM PRECEDENTES, E SE REVERTE EM MATÉRIA É APENAS DE CADA PROCESSO HISTÓRICO.

HAVERIA UMA PAUSA GRANDE EM QUE UMA ANTIGA EMBARCAÇÃO TALVEZ TENHA CARREGADO CAMÕES, E QUE ESTE TENHA SIDO DEVERAS AVENTUREIRO PARA DEMONSTRAR A ARTE PROFUNDA DE SEUS TEMPOS REVOLUCIONÁRIOS.

UM VERDADEIRO SHAO LIN SABE O SUFICIENTE, MAS APREENDE QUE O SUFICIENTE É A BUSCA DE ENVELHECER APRENDENDO - E ENSINANDO!

AS FORMIGAS, QUANDO ENCONTRAM UM PEQUENO BESOURO MORTO, FAZEM O POSSÍVEL PARA LEVÁ-LO AOS SEUS NINHOS, E UMAS INSISTEM PARA QUE O CAMINHO SE CONFUNDA, POIS A VORACIDADE AUMENTA O CONFUSO E SILENCIOSO ENVEREDAR DE SUAS PATAS.

TALVEZ UMA DAS MAIORES DIFICULDADES EM NOSSO PAÍS É CONSEGUIRMOS NA NOSSA CULTURA ACOMPANHAR O TRABALHO DE UM JORNALISTA DE FATO.

NA VIRTUDE DE UM BRAVO HOMEM ESTÁ A CORAGEM DE SER QUEM DESEJA, QUANDO E ESPECIALMENTE SUA PREFERÊNCIA RESIDE NO JUSTO E IMPARCIAL MODO DE VER CERTOS FATOS.

OS VERSOS SÃO UM TIPO DE ALMA DE CORAGEM, POIS POSTULAM NA EXISTÊNCIA UM SABOR DE VIDA QUE PULSA COMO VIDA ALGO AUTÊNTICA A PARTIR DO SER QUE ASSIM SE SENTE SEMPRE PRESENTE...

QUE O TEMPO PASSASSE LENTAMENTE, A QUE SE DESSE TEMPO PARA QUE AS BOAS HORAS SE ETERNIZASSEM ENQUANTO UM PROJETO REALIZADO MINUTOS DEPOIS NO FUTURO DE UM PRESENTE PRÓXIMO.

UM ESCRITOR RESIDE SEMPRE EM UMA NAVEGABILIDADE QUE SE ESTABILIZA QUANDO SE ESTÁ NO LEME DE ATIVIDADE, POSTO PODER SEM IGUAL NÃO SE IMPORTAR QUE O MESMO PODER OUTRO NÃO ESTÁ IMERSO EM DIALOGAR COM O SI MESMO ESPELHADO NAS CULTURAS, NAS HORAS LITERÁRIAS.

ASSIM COMO SOMOS ALGO POR ALGUMAS HORAS, POR VEZES JÁ NÃO SEREMOS MAIS OS MESMOS, MAS EM REALIDADES OUTRAS CARREGAMOS NOSSO EU CONOSCO E SEREMOS MELHORES SE FORMOS OS MESMOS SEMPRE, QUANDO O SER BUSCA A SERENIDADE DA PAZ E A SINCERIDADE DOS ATOS.

NÃO SE ROGUE QUE SEJAMOS DONOS DE UMA VERDADE, POIS QUE ESTA RESIDE REALMENTE, MAS SOMOS ÍNFIMOS A QUE QUEIRAMOS VÊ-LA, MESMO QUANDO PENSAMOS QUE DESCOBRIMOS A VASTIDÃO DO MAR.

AS PALAVRAS DURAS SÃO UM MODO DE NOS ENCONTRARMOS COM UMA RAZÃO QUE PERDEMOS POR ENCIMA DE UM CAMPO DE GIRASSÓIS DE CELOFANE.

DE SE SUPELATIVAR O QUE TEMOS EM MENTE, NÃO DARIA PARA TERMOS O REPERTÓRIO QUE NOS PERTENCESSE EM UM VEREDICTO, MESMO QUE NÃO SEJAMOS JUÍZES DE NÓS MESMOS...

ENSAIO DE UM ZERO MULTIPLICADO

            Zero pode ser um xingamento, ou uma palavra nula em uma poesia, quiçá um país que se torne nulo enquanto zeros adicionados ao nada. No nada nos tornaremos, se pretendemos pensar com um número possivelmente assaz multiplicado no modo gratuito de estarmos pertencendo ao status que não seja tão quo, mas que isso relembra o fato. Esse status em que acreditamos nas comoções de algo pétreo, mas muitas vezes esquecemo-nos da flexibilidade humana e necessária. Em vermos de perto um diamante falso não podemos saber – se não possuamos as lentes de especialista – que a contradição é justificar algo de se explorar quando apenas “o” especialista é conhecedor da realidade ou da farsa. Realidade, zero, farsa, 1? Talvez estejam colocando a farsa antes da realidade para somarmos 10, como prêmio ou cartão de visitas fatalmente sedutor a que nos promete por ventura, esta mesma... O zero faz diferença em uma carestia imposta depois daquele, colocado a seguir do número dois, somando 20. Duas décadas de golpe. Dois talvez fossem os resistentes às maldades, mas que o número 41 nos convida a um decreto que sanciona o abuso. Destes que querem coibir na atuação da PF, mas reiteram na PEC de dois que houveram resistido, mais 41, no tipo de string numérica de semântica onde os dois finais revelam um saudosismo histórico dos regimes estreitos e obtusos que se vão implantando ao redor do mundo, em especial no Brasil que é de onde falamos alto, em relação a algumas questões. Sim: os zeros... Os loucos têm três zeros, mesmo em atitudes singulares de um, mas a tratamentalização possui na palavra neológica cinco ases. Graças ao Criador humano da ciência da medicina, posto quiçá em pretensão do ensaio esse neologismo talvez seja origem de um bom, aí sim, tratamento. E o que seríamos se não algo loucos no panorama social? Se um paciente depende de drogas psiquiátricas, outros ditos de pensar ou mente independente se atrelam no ópio de poucos donos, seja facebook digno de uma certa pesquisa, passando a utilizar o equipamento não como instrumento de investigação do conhecimento – aliás, uma bárbara ferramenta –, mas sim um modo de quase zerar as suas experiências anteriores, quando a premiação mais imediata é um símbolo de polegar levantado, ao que remonte que alguns desses no Coliseu teriam o dedo para baixo. Mas aí depende do Zuck: ele manda no negócio.
            Jamais pensemos que somos contra algo de lucros exorbitantes, pois o caminho da paz nem sempre navega na consciência, a princípio: o que somos e onde estamos... Quem quer escolhe o caminho e, em uma pátria como o Brasil não sermos efetivamente nacionalistas, repetindo a proteção estatal de maior parte dos países desenvolvidos, não dá para continuar sendo ou afirmando sermos brasileiros, pois um retorno à subserviência a capital externo nos talha, nos suprime, nos conserva no progresso zerificado, anulado. Será que devemos pensar que o mundo está errando, ou somos nós mesmos que estamos faltando com a compreensão obrigatória enquanto dever de casa de sabermos nos informar ao menos com fontes confiáveis, e lermos mais ao invés de ficarmos postando puppets de plástico com anódinos substantivos... Isso é um questionamento que deve ser feito, pois quem vos escreve segue algumas bobagens extremas em que o ego falso nos coloca frente a frente com nossas opiniões que deviam ao menos serem mais críticas e terem sentido! Há centenas de sexshops no mundo, e estaríamos tendo orgasmos com aparelhos e vida afetiva em outros? O que será que rola no Skype? Algum gozo, alguma vida sexual? Talvez a indústria da vibração erótica esteja muito forte, talvez o companheirismo, tão antigo e tão belo, não esteja valendo mais, pois no mundo dos negócios, o sexo é a mola mestra das redes sociais: “faz sexo bem, só para relaxar”, como dizia uma música de um compositor brasileiro.. Totalmente demais! O império é que golpeia, companheiros, muito mais do que seus lacaios nativos. Temos apenas que saber que é convivendo com a ignorância que gera esse tipo de força motriz que encontraremos modos facilitadores para gestar ao menos boas sementes, sabendo como ninguém expandir aos olhares inquietos daqueles que compartem a escuridão a luz do que reside no verdadeiro conhecimento da pátria que ainda somos e que nunca deixaremos de ser, enquanto seu povo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

DE DUROS IDIOMAS

            Atravessamos por decênios e decênios a promessa de vermos algo de secular, na forma de sabermos que nem sempre os verbos ditaram tanto de não termos muito a nos saciar nossas sedes em que passamos a partir em pequenos goles, como passos tíbios que damos em cada empreitada... De não sabermos exatamente quem somos e, como dizia Sartre, em que nos tornamos. A princípio vemos alguns diálogos pontuados como algo de reflexo, no que está melhor está, no que pior estará não nos daremos conta, pois não importa mais, olhemos para os nossos empreendimentos, aliás, as novas palavras para negociatas. Falta combustível em nossos idiomas: que falaremos antecipadamente, em primeiro, que seja, não queremos doses de neurônios sobressalentes, nem de drogas que nos alterem a percepção, pois o ilícito é duro e temos que conviver com leis que nos ditam e “devem” estar presentes serenamente, em todos os espectros, nos cantos, nas suas pronúncias mais internacionalizadas com os modais atuantes, posto que não emascarem o que ocorre no país, e que a lava-jato não se transforme em chuveirinho corona, conforme velhos e cansados tempos para o povo brasileiro onde nada vinha à tona, e agora urgem por perdoar apenas os crimes de colarinho já manchado pela sujidade de quem trabalha com ardor madrugada a dentro no parlamento brasileiro, para poder em surdina corromper o coração de nossa República. Em realidade, não contaria muito que fosse desse modo, mas a proporção dos abusos da classe política que agora está mandando com o poder nas mãos, tornou-se de uma venalidade extrema, e vários são os “funcionários” do caos e desumanidade que fazem diuturnamente por retirar conquistas da democracia e do povo brasileiro, este como totalidade e força matriz do país. Se imiscuem, negam a fazer parte de nossa população, arvoram serem representantes de seus currais e empoderam a cristalização de seus ócios e privilégios, em um tipo de casta verborrágica, como uma imensa verruga reacionária e macilenta que se apodera do modal político brasileiro.
            O idioma principal que essa gente fala é o seu Deus, tal como algo enigmático, as suas famílias já no elã de uma linguagem fluida e igualmente criminosa, pois suas riquezas passam a ter mais valor agora, devidamente patrificadas... Torna-se inevitável gostarem, para esses homens e mulheres: mais homens. Obviamente, ser o mais esperto, o que rouba mais, aquele que engana o Supremo Tribunal, aquele que escamoteia da PF todas as preocupações enquanto livres, ligados por seus poderes, apenas. E faz-se o papel, transtorna-se o país, de um tipo de idioma que se torna sem a circunflexão de um dito qualquer, mas na falácia da podridão estabelecida em instituições que até esta República “geneticamente modificada” traça paralelos com os tecidos moles sem compostura de um cancro sifilítico.
            Caros da medicina: quais são os nossos sintomas? O da nação brasileira? A que destinam o padrão de suas negociatas, os patrões do descaso e descalabro político? Que transtorno geral é esse que assombra não apenas lutos absurdos que ocorrem, como a tragédia moral e espiritual que se abate sobre o painel de um país que apenas teima em ser livre, e não deixar os ladrões de lesa pátria destruírem tudo o que encontram por encima de seus pressupostos de existência nefasta? Que tipo de caráter se impregna naqueles que torturam a nação com suas medidas tornadas antíteses da decência, se o nosso caráter costuma pensar que alguns, quem sabe dois ou dez congressistas, tiveram por si uma educação coerente, e não a bastilha revisitada pelo medievalismo fundamentalista desse capitalismo de cordas cortadas, como serpentes que se contorcem à procura de ovos?
            São duros os idiomas que escondem nossa situação pelo mundo afora. São duras as questões que teremos que enfrentar para melhorar a coragem e o moral dessa gente que aflora em suas bandeiras de resistência. Vai ser duro para o mundo enfrentar o atraso político que agora está em curso em muitos países. Duro porque passam a estimular um fundamentalismo de suas instituições, em nome de um neoliberalismo que já dá suas cartadas finais, pois todos veem agora onde reside a maldade e a intolerância com relação às pátrias que querem se tornar independentes, e o descaso em relação a trajetórias cruentas e bestiais pelas quais passam muitos países da humanidade, o Brasil incluído, igualmente. Justamente agora que não temos mais o aval nem mesmo da Natureza para seguirmos devorando o próximo, através de um egoísmo e egolatria sem precedentes. Viva o povo brasileiro, pois este aos poucos vê a luz da sua própria lucidez, enquanto partícipe nos lemes de suas embarcações que o leva, através da honestidade e trabalho duro, à vertente de tomar a paulatina consciência que – apesar das investidas da extrema direita – brota de seu coração generoso e patriota, em uma camaradagem que faz parte de uma história de todo um país que a ele deve o orgulho de ser uma nação maravilhosa, mesmo com tantos carrapatos mesquinhos, a sugar, de modo sujo e parcial, o fôlego sem sombra de cansaço do trabalhador do Brasil!