sábado, 5 de abril de 2025
Por que o falo é, para Lacan, um significante e não simplesmente o órgão de inseminação? Nos rituais tradicionais de investidura, os objetos que simbolizam poder também põem o sujeito que os adquire na posição de exercer poder − se um rei segura o cetro nas mãos e usa a coroa, suas palavras serão tomadas como régias. Essas insígnias são externas, não parte da minha natureza: eu as visto; eu as uso para exercer poder. A castração é o hiato entre o que sou imediatamente e o título simbólico que me confere certo status e autoridade. Nesse sentido preciso, longe de ser o oposto de poder, ela é sinônimo de poder; ela é o que me dá poder. Assim temos de pensar no falo não como o órgão que expressa imediatamente a força vital de meu ser, mas como um tipo de insígnia, uma máscara que uso do mesmo modo que um rei ou um juiz usa suas insígnias − o falo é uma espécie de órgão sem um corpo que eu visto, que fica preso a meu corpo, mas nunca se torna uma parte orgânica, sobressaindo para sempre como sua prótese excessiva, incoerente. COMO LER LACAN.
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