segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

AFETOS DA HISTÓRIA


               Não poderemos sequer mencionar um outro eu que não nos dispusesse a um tempo em que porventura nos encontrasse com a realidade última do ano, do mês, de nosso dia e de nossas horas... Encontrarmos com um objeto qualquer, com algo que de monta seria algo teórico, fruto de estudos, seria mais fácil falar a um “você” outras palavras, quem sabe de amizades anunciadas, quem sabe até um aperto de mão negocial, ou quem sabe em um selinho de casamento de contrato. Ah, mas há luas de mel e luas de fel, que um dia nos sobrepaire que não desdizemos ser algo mais do que uma voz na eternidade, ou mesmo outro dia onde em um café os passantes frequentadores do tempo nos relembrem que existe vida enquanto os sons do trabalho são escutados, como as latas empilhadas ao lado, ou como o vapor da máquina do expresso. Estaríamos nós um dia no mesmo trem que nos abarque em uma cidade mais velha, ou mesmo na reunião de um sistema carcerário onde na realidade a voz anunciada seja a esperança, quiçá o que nos reste de afeto pelo próximo: aquele ser eivado pelo grilhão, ou mesmo o atenuarem-se sofrimentos na dimensão e latitude do gesto?

               Tudo que é concreto ao menos perante o olhar não evanesce quando passa, mas as rochas esperam em silêncio, e a madeira de uma mesa constitui seus átomos que sustentam a máquina por onde escrevemos apontamentos e conclusões, mesmo que para isso esse tipo de confidência não seja mais simples do que a simplicidade do olhar, ou da dureza de um@ companheir@ que não retrata mais do que a simpatia em apenas passar seu recado, no mesmo tempo em cita que não reverbere menos do que aquele em que nos dispusemos a estar em serviço, quiçá para nos perpetuarmos mais e mais na pequenez de nosso amadurecimento enquanto seres humanos que somos...

               Hordas de cavalos na ausência passam, por nós os outros que viajam, os mesmo que são finalizadores do nada, a vertente indômita de passados históricos, ou mesmo retrocessos em que processuais de citados períodos históricos de outras montas revelam à humanidade que o quebra-cabeças de um quadrilátero de cinco lados sequer imaginaria a latitude de quanto acontece na esfera da realidade de uma outra questão existencial, seja de uma rua, casa ou nação. Por vezes saberíamos de algo mais, por vezes a manutenção de uma fala se torna um sacrário, e em outra o simples estar conversando é como uma praia imensa, onde as flores brotam do colo de uma mulher serena, ou arrepiam um domador e seu cavalo!

               A ordem de um cenário internacionalista estaria para um ser de outro mundo no mesmo mundo onde quiçá nem pense estar: aquele que não imaginaria o contexto de uma alucinação de um quadro de um enfermo, quando aquele não vai com a cara de uma roupa, ou veste de caráter a semântica reducionista de encontrar negatividade esmerada e catalizadora de seu dogma no objeto em que encontrará essa motivação concreta. Por esse viés, o ímã que o liga ao objeto de sua enfermidade, alucinará delirantemente dentro do escopo da sua inferioridade, no que interpretariam como arrogância, e na verdade é meramente uma questão de vulnerabilidade.

               No que falássemos no erro de um homem ao esboçar um pouco do seu afeto a alguém, que seja, o erro tão grande que esse alguém o ignoraria na timeline de suas vertigens afetivas mais redundantes, posto não fora o mesmo tempo em que as coisas seriam distintas, enquanto não seria dada a ele sequer a pressuposição dessa possibilidade, e outrossim, a mera questão do amor, já seria daquelas montanhas que ele haveria de atravessar um oceano para começar a empreitada da escalada, outrora e sempre quiçá, impossível, dentro do seu “campo atuante”... Afora isso, a comunicação não dependeria dele, e ele pratica o provável dentro de sua situação de homem adulto, dizendo o que se passa e o que seria praticável na esmerada questão de verter dentro de um cadinho um pouco da alquimia do seu universo afetivo... Noves fora, quiçá nem a ele fosse dada a oportunidade, pois há um rótulo em sua testa, e lhe diz todos os dias que por vezes a vida afetiva de um ser humano pode ser marcada a ferro quente como uma falha de caráter. 

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