domingo, 15 de dezembro de 2024

MIRÍADES


Abre o espaço seu turno
E vê, em seus portões cinzéis de alabastro
Um túnel de gente, os tonéis e as toneladas...

Vê coisas o espaço, objetos, vê o que não aparece,
Ou um relógio que registra a leitura facial e se esconde,
Ou o nano-brinquedo-drone teleguiado pelas veias com um vírus letal
Ou mesmo um gás planejado para ser usado nos rigores de uma triagem do inseticídio!

Vê outras coisas, um bracelete negro cheio de músculos de alpargatas azuis
Ou mesmo o produto que não foi inventado, vê o nome do esquizofrênico virar remédio
Ou mesmo um bilionário virar produto farmacêutico na contramão da história...

O que não vê sequer sairia propriamente, vê um objeto de borracha com rodas na pronta entrega
Ou mesmo algo que vibre mais profundamente um afeto de encomenda
Tal o húmus de fato que brote de mais uma tentativa derradeira
De se obter o kundalini serpentino de mais um gozo na altura normal...

E vê gestos de criança sabendo apenas a inocência de uma família regrada
Em que seus pais, quase sérios, ainda pertencem a uma família regada...

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