sábado, 21 de dezembro de 2024
A posição psicanalítica é a de que em ambas as categorias de enfermidade – na neurose e na psicose – há, em diferentes graus, uma perda das funções mentais adultas e sua substituição por atitudes, sentimentos, desejos e idéias apropriados a fases iniciais do desenvolvimento infantil. A psicanálise utiliza o conceito de regressão para descrever este movimento para trás da vida mental, de um estado mais adiantado para outro menos adiantado. Na psicose, ocorre também algo mais. A forma pela qual o mundo e os que nele se acham são percebidos pelo paciente não é semelhante a nada que já tenha sido experimentado, mesmo na infância. É como se uma espécie de função mental irrompesse na consciência, possuindo características semelhantes aos sonhos do indivíduo sadio. No entanto, o fato decisivo para o psicanalista é que, mesmo na psicose, a totalidade da vida mental não é desorganizada pela doença. A regressão – o movimento para trás – do funcionamento mental e a desorganização do ego não são completas. Há sempre uma certa capacidade para estabelecer relacionamentos e resquícios de um funcionamento cognitivo sadio, mesmo nos pacientes mais perturbados.
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