sexta-feira, 12 de julho de 2024

METAL MADURO


A placa que se solta do destino
E que o homem vai ao comércio levando-a
Posto seu peso quiçá vale algo a se ganhar
Não propriamente do pão que seria melhor
Mas de algo de substância que engana a miséria…

Não que a placa tivesse vida: metal, madura,
Mas sim que ela anda pelo viés humano
Quando se desloca, o homem e ela
Pelos inumeráveis cordões das ruas.

Um outro homem o interpela, e pergunta sobre
E, no que o andarilho pede um cigarro, e o homem concede-o
E passa a ver a placa, grande, de ferro, com ferrugem
Quando lhe dá algo de moeda, e segue a placa depois
E a placa fica na calçada, pois o homem que deu o valor
Sabe que o valor do esforço do carregador
Ainda sabe que o valor da moeda que não pesa
É algo mais concreto, posto esforço do trabalho.

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