quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

ESTIGMA DO PERDÃO


Ah, ser, ser, ser do que seja...
Não seria, do tanto, que fora
Ao que não era do que jamais desejasse
Outro tanto o querer, a boca inchada de sífilis ainda não costurada
Naquilo de solidão quase terrestre, de não se mostra, qual concha perdida
No meio de uma Constantinopla por entre as vértebras de uma noite só...

Não que não fosse, o desejo de ver um homem chorar, o viés dele não pedir perdão
Por não saber quem está do outro lado, se alguém sujeito a ser sola, ou ser o solo de uma máquina
Que se pretende ser funcionária voluntária do Poder que não exista.

A lembrança de uma felação inexistente, o crescer dentro da boca
Ou a boca ausente do crescer da coca.

Ah, ser, ser do nada, não seria tanto a não ser, por favor, diriam que não recaísse ao que?

A queda de um anjo, Lúcifer, um anjo demoníaco, o redentor do Rio, vendo os tiros de fuzil brilharem nas noites do Alemão... Seria apenas isso, pegar as favelas e recolher as gôndolas do primeiro mundo?

A que se pretenda o mundo sem dono, termos nossos donos no mundo?
Seríamos as serpentes, ou o dragão que começa em fevereiro no planeta?
Seríamos quais as gentes, quando a serpente come o dragão, ou quando a criança ainda não nasceu do baixo ventre?

Uma verdadeira crescente de Lua, um dia sem respostas, ou as respostas de mais um dia
A que mais do que uns ou outros vejam estampado na grama de um alfarrábio
Não a repetição de mais uma história, mas apenas a questão da lavra de um artista
Quando, supondo ser mais eros que thanatos, verseja o que lhe dispõe o tempo
Em que muitos, perdidos, não podem sequer se expressar sem prestar um depoimento narrativo
Em um tempo de, por direito e fato, no máximo, quatro mais um.

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