sábado, 9 de dezembro de 2023

OSTRAPEDRA


              Não que seja tosca essa dama, aureolada da madre e da pérola, de ressentimento ao não se abrir, o corpo fechado, um estômago acolhedor e afeita a que lhe sirvam o de melhor. Amiga do aço azedume do criado ser, qual não fosse, do time dos verdes ou dos galegos...

              Vive enrodilhada na pedra, do seu nome, é Ostrapedra, não vivem uma sem a outra, são xifópagas, não se encontram acéfalas, mas a criatura é dura e no entanto sensível. Vive molhada, sexualmente disposta, um misto de afro com Dionísio, quem dera fosse Ostrarolha, mas não seria tanto assim, se não estivera em um lugar outro, perto das garrafas, presenças suas, quase cheias e suas diletas conhecidas, quase amantes, mas que não passassem pelo crivo dos bigodes altos e dos batons borrados.

              Dista da conformidade quanto do oculto, por vezes ninguém a encontra, são muitas ou poucas, mas recolhe semânticas marinhas nas tempestuosas personalidades de Netuno, seu melhor amigo. Perseu quiçá a recolhesse com mais delicadeza, quem sabe em um puçá de pesca ela existisse, mas dizem que a criam em certas ilhas...

              Houve certa feita um ogro sem nexo que arvorou explodir uma pedra, qual não fora, seria apenas uma bruxa transformada, na opinião do ogro estúpido, mas essa bruxa sabia que outras a circundavam, e naquele corolário o ogro fugiu apavorado quando outros arquimedes plenariamente reduziram o escopo das investidas impedindo a sanha do astuto e  ignóbil ogro. A intenção desse monstrengo era roubar uma pedra ostra da Ostrapedra, aquela que estava bruxa quase ausente, mas saberia que não havia sequer a solidão em seu sorriso da proximidade do gargalhar de uma antiga gaivota.

              Quem dera a história do ogro não fosse tão repentina quanto saber a gaivota que, em um voo cruzado, outras seriam testemunhas de que sequer o ogro traria alguma ferramenta de destruição da roca marinha. Não, seria de uma ilusão tamanha que os elfos das pequenas florestas não encobrissem em si a proximidade do que não seriam sequer os feitos de ser quem eram as ostras e as Ostrapedras, outras, quem diria, não teriam o mesmo nome, mas seriam talvez a ausência de que uma apenas transcorresse incólume, e onde saberia Maquiavel um pouco da sua localização, mas não haveria sequer o lócus, porquanto o nome não seria um fato qualquer a não ser o mesmo nome que seria apenas a via indiscreta do não ser.

              E a Ostrapedra, essa menina que não aguardava sequer o gesto de uma onda, porventura, pois estava mais perto do lado seco da Lua? Por uma questão de verdade, a anuência do fato não seria melhor do que a via indiscreta do que a vida seria melhor se a mesma vida estaria – de fato – afeita a que um aventureiro lançasse mão do órgão quase displicente de seus atos, afim de degustar uma realidade da existência de uma criatura, que desfilava com seu vestido pela noite, fechada, com as cores da madrepérola aninhada entre as pernas, e o furor do mar estampado nos olhos daquela que saía de um si mesmo para, de manhã, voltar a ser de Netuno a sua melhor companheira...

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