O LEGADO DA CONCÓRDIA

Reinasse a voz da primavera, ainda que tardia
E não seríamos tantos a urgir que aquela ressurgisse
Assim de manso, quando mesmo um mundo em batalhas
Rogasse por ter em cada soldado um bafio de entrelinhas...

No sopro do ventre cálido de uma mulher
Ou no sorriso da bacante ávida por prazeres
Estariam as faces de uma moeda do mesmo valor
Qual não seja, o que se esperaria de um momento maior
Do que a pressuposição válida de que Eros fosse vencer guerras...

Mas tanto não seria, que o escritor solitário soprasse uma bruma de lava
Onde o vulto de uma serpente desordenasse a questão da aurora
Mesmo que se nos bastasse apenas uma sílaba derradeira
A despencar-nos do que antes fosse um pesado átomo
Quando o que queremos mais uma vez é erguer apenas uma bandeira branca!