Magnífica
criatura masculina, misto de enigma, de insensatez, de um tipo de cabeludo
quase anão, ou gigante, sem olhos menores do que as faces sextavadas que
ensombram sua razão, por vezes o ratio mais puro de ser quem é e função mesma
do existir...
Por
vezes afeito a substâncias, por vezes a substratos, gosta da terra, gosta da
água e gosta do ar, e do fogo respira pelo nariz seus impactos dentro do veneno
permitido, mas sempre criando algo, a partir do magma em que diuturnamente seu
cérebro se transforma, mudando neurônios como em um jogo, onde diametralmente
oposto está o vértice que o torna empuxo de si mesmo.
Reside
na mesma letra cabal dos seus radicais: o louco, o criador, o sustentador e a
circunstância, sempre a paz, nunca a guerra, por isso tantas são as armas que
os visitam pelos olhares, daqueles olhos que não o veem, mas que tergiversam
sobre os sistemas e projetos, do que não era e do que não seria jamais capaz de
ser, e eis que o Crazyator despe de seus vestires o ressentir do que jamais houvera
de sua própria criação, a não ser a permissividade do que se chamaria a
freedominance, o respiro que o resfolega no viés do que antes não existia.
Em seu
sangue-química, o neuro se torna premente, e o nervoso é uma personagem quase
inexata, porquanto sua mímica não infere recursos maiores do que um tempo quase
indiscreto, nas passagens de suas pernas que apenas percorrem caminhos na
floresta tênue em que se torna o asfalto e suas pegadas inexistentes.
Ama
sempre a quase impossibilidade, pois remonta horizontes intransponíveis e seu
coração é como um barco a descobrir o fim dos mesmos horizontes infinitos e,
quando encontra os recifes, pára e olha, a redescobrir se a gaivota sorri com a
brandura da primavera ou já gargalha à chegada do verão.
Gosta
de desenhar hieróglifos chineses, dentro do padrão Craziatoriano mais puro,
dentro da solidez inexistente da eterna descoberta, ou quiçá reinventando
ideogramas redescobertos. As suas incertezas não residem nos resultados, mas na
ação que se impõe no dia a dia, nas suas atitudes perante a vida e no modo de
se respirar os ventos, sejam quais forem e por quais quadrantes chegarem...
Nada
traduz Crazyator, pois o que era crazy já era cryator, e o que era cryator,
torna-se crazy.
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