sábado, 16 de dezembro de 2023

CRAZYATOR


                Magnífica criatura masculina, misto de enigma, de insensatez, de um tipo de cabeludo quase anão, ou gigante, sem olhos menores do que as faces sextavadas que ensombram sua razão, por vezes o ratio mais puro de ser quem é e função mesma do existir...

                Por vezes afeito a substâncias, por vezes a substratos, gosta da terra, gosta da água e gosta do ar, e do fogo respira pelo nariz seus impactos dentro do veneno permitido, mas sempre criando algo, a partir do magma em que diuturnamente seu cérebro se transforma, mudando neurônios como em um jogo, onde diametralmente oposto está o vértice que o torna empuxo de si mesmo.

                Reside na mesma letra cabal dos seus radicais: o louco, o criador, o sustentador e a circunstância, sempre a paz, nunca a guerra, por isso tantas são as armas que os visitam pelos olhares, daqueles olhos que não o veem, mas que tergiversam sobre os sistemas e projetos, do que não era e do que não seria jamais capaz de ser, e eis que o Crazyator despe de seus vestires o ressentir do que jamais houvera de sua própria criação, a não ser a permissividade do que se chamaria a freedominance, o respiro que o resfolega no viés do que antes não existia.

                Em seu sangue-química, o neuro se torna premente, e o nervoso é uma personagem quase inexata, porquanto sua mímica não infere recursos maiores do que um tempo quase indiscreto, nas passagens de suas pernas que apenas percorrem caminhos na floresta tênue em que se torna o asfalto e suas pegadas inexistentes.

                Ama sempre a quase impossibilidade, pois remonta horizontes intransponíveis e seu coração é como um barco a descobrir o fim dos mesmos horizontes infinitos e, quando encontra os recifes, pára e olha, a redescobrir se a gaivota sorri com a brandura da primavera ou já gargalha à chegada do verão.

                Gosta de desenhar hieróglifos chineses, dentro do padrão Craziatoriano mais puro, dentro da solidez inexistente da eterna descoberta, ou quiçá reinventando ideogramas redescobertos. As suas incertezas não residem nos resultados, mas na ação que se impõe no dia a dia, nas suas atitudes perante a vida e no modo de se respirar os ventos, sejam quais forem e por quais quadrantes chegarem...

                Nada traduz Crazyator, pois o que era crazy já era cryator, e o que era cryator, torna-se crazy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário