Há coisas que porventura não conheceríamos fora do escopo espiritual… Coisas que nos ajudam a vencer alguma adicção, um vício contumaz, uma forma de ser onde a compulsão nos empurra, como é o caso da nicotina e da tentativa de largar a substância. Em sânscrito, há uma palavra que um verdadeiro devoto, situado em renúncia faz uso de sua prática cotidiana: Tapasya. Significa sacrifício, austeridade, e por vezes pode significar o sofrimento de uma vida onde se exclui as dualidades, onde o treinar-se diuturnamente para vencer as barreiras dos sentidos, como o frio e o calor, estar sem sentir o sofrimento, senão como algo que, no exemplo claro agora aplicado ao se tentar vencer o vício da adição da nicotina, significa tentar ao menos ficar o maior tempo possível distante do tabaco. Estar preparado para sentir o sofrimento extremado fará parte de uma recuperação, mesmo que a queda eventual de um cigarro pela manhã, seja a necessária forma e intervenção para que o homem ou a mulher possam ficar mais e mais libertos, utilizando a oração para tal, e tentando estabelecer a meta de ao menos reduzir o suficiente para mais um dia, no movimento progressivo para a libertação, pois por vezes a lima não corta as correntes de uma hora para outra, e o processo pode demandar mais paciência do que o habitual. Se auto infligir o flagelo, essa tapasya, estar sentindo o frio iminente, como Shiva meditando no gelo dos himalaias, ou como Pedro que escolheu ser crucificado de cabeça para baixo por afirmar não ser digno em passar pelo mesmo suplício do que o Cristo, o Messias, passara, passa a ser uma palavra de ordem para o caminho da espiritualidade e do processo citado acima para se romper as amarras de tal substância, e isso significa um propósito, onde não existe a culpa, mas apenas um caminho onde os seixos podem nos ferir os pés, mas ainda assim será o melhor a ser trilhado, pois é o que nos leva à real libertação e independência desse vício tremendo…
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