quinta-feira, 31 de outubro de 2024

A UMA ESTRELA A VOZ QUE FALA


Quem dera estarmos, seus brilhos noturnos quando dormes, e eu
Quanto de nos apercebermos que a fase é apenas uma introdução ao que seria
Em que ninguém erra na certeza de que erramos por vezes, no que eu sempre errava
Em oceanos a te procurar, óh estrela do céu que me assombra em sua plenitude
Quanto, a saber, não seremos dissociados, pois vivo sempre menos do que tu…

No viés de uma vida já te encontrava quando caminhava, sob o sol refulgente
Fingindo seres tu a estrela maior, do que o sol só me acompanha ainda hoje
Quando finalmente, ao cair da noite, apareces, e minha questão toda é te encontrar
Serena, ou mesmo em um display que não te encontraria, na vida que não cesse
Posto o que querem é o distinto, querida estrela, o que querem é que eu me torne um espinho.

Não que eu não goste de ser um caule, mas na realidade, a vida não suporia sermos mais tanto de tudo
O que não seria que não fora, o fora de dentro, o que não haveria no supor algo, o ruído de mais uma mpb reflexa
Daquilo que se impõe no tecido do ritmo, no rito do não ser, qual não fosse estrela, meu coração palpita sempre
No mesmo tecido lunar onde reverbera o asfalto, e saber que a vida não seja tão simples
Não seria mais do que um apanhado de palavras, o inconsútil do que não houvera sequer desfecho concreto.

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