quarta-feira, 24 de abril de 2024

CREPUSCULAR


Ao andamento de um dia, a interveniência de um chiste
Sói erguer no caráter do mesmo dia uma muralha nua
Em que a diáspora sistólica dos rancores da amadurecida mulher
Perfaz a disposição quase pétrea de alcançar como uma flor de chumbo
A intenção do desamor do par no ar que não refaz o oxigênio líquido de outrora...

Nos carros que passam túrgidos pela aurora de um vento quase gélido na solidão dos consortes
O viés imaginativo de uma dama solitária reencontra com o seu próprio insucesso
A metonímia do claustro de um covil de répteis sonambúlicos
No que a chama de um ciúme inexistente refrata os metais
Quando a vida não se ressinta de festivais na chuva plúmbea
Onde a semântica dos segredos encontre a ressonância das ausências.

E por onde passe o laurel imaginativo da nova funcionária dos ventos
A função denoda função, e o recriar do treinamento de outrora
Encontrará nas páginas do sentimento de um casal feito para se amar na eternidade
O fulgor diamantino da ausência da certeza de que realmente a infiltração no telhado das alfombras
Teria dado certo, não fosse pelo erro primeiro de cometer o desatino dos outros.

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