Cláudia
Andy era uma mulher estudante esforçada, gostava de fazer de tudo, uma
verdadeira multimídia, uma mulher, nova ainda, com pouco mais de vinte, na
faculdade e estava se preparando para a tese que – pensava – iria mudar a sua
vida, e principalmente lhe render muitos benefícios financeiros... O objeto de
sua tese, um homem que conhecia por terem lhe dado a dica de usá-lo como
experimento. Uma coisa divertida para ela, sempre gostara de aventurar-se com
os homens, e utilizar um como um objeto de estudo seria agregador e
consubstanciaria a atitude dela de experimentar algo novo, um estudo acadêmico
sem fronteiras, algo como um grande e mais longo evento do que aqueles que já
estava acostumada até então, com seus atributos algo sapecas de menina mulher
precoce de inteligência escolhida a dedo por criteriosa orientadora no escopo
da Universidade-laboratório em questão, aos moldes quase mengelianos, no bom
termo da questão, bem entendido, que não seriam bem experiências genéticas, a
não ser que a medicina fornecesse a ela os subsídios necessários, pois o estudo
era sobre o capacitismo, a exclusão e a inclusão do ser na sociedade e tudo o
que isso implica, mesmo nesse contexto paradoxal onde ela seria a maior agente
de um capacitismo às avessas, se utilizando de um homem para experimentar a
magia da tese: tão sonhada...
A que
não partisse propriamente de si mesma, seus enigmas mais secretos talvez não
conviessem no quesito particular de ser quiçá sensível e humana, e vez ou outra
poderia se apaixonar por alguém... Mas jamais, na orientação da fria e
calculista germana orientadora da tese, pelo objeto do estudo, pois devia considera-lo
um ser com defeito tremendo, um ser quebrado, isolado do mundo, um nulo, um
merda, merecedor de ser essa cobaia anônima a que iria ser submetido, sem
testes, sem cadastro, apenas através da captura de dados, de sua memória da
história familiar, dos pareceres psiquiátricos, pois portava um transtorno, e
de outras facetas que iriam se apresentar conforme a investigação paulatina a
que ela daria cabo sobre a vida desse homem, tão afeito a ser humano, que para
ela se tornava quase “divertida” a empreitada com esses loucos que insistem em
serem bons, em serem humanos, repetindo a questão. Jamais, pensava ela, seria
citado o nome desse elemento, dessa peça da engrenagem, como o “selvagem” de
Huxley, ela tornaria seu o seu Admirável Mundo Novo, ou Ovo, nos diagramas de
Eli Heil.
Cláudia
Andy preferia ser chamada de didinha, nome carinhoso quando um dos seus amantes
lhe presenteara com o pênis na primeira relação anal a ela consagrada, depois
de uma sessão de drogas que a sua orientadora lhe patrocinara para
experimentar, vindas diretamente da “farmácia” da Universidade-laboratório. Na
questão principal de seu esfíncter, aprendera nas sessões de artes cênicas a
respiração aliada com movimentos perineais, a bacia como um todo, a região do
glúteo, e toda a conformação bioenergética da transformação do prazer em algo
que a dignava ser considerada uma alfa de verdade, totalmente inclusiva,
totalmente total, conforme a música de Caetano, o Veloso...
A
abordagem inicial seria integrativa colaboracionista, ou seja, relevava o fato
de que ela se sustentaria como uma mulher com mais acesso do que as outras, e
lhe daria mais carinho, de forma homeopática no entanto, do que o objetificado
poderia sequer imaginar, qual a aplicação de uma rotina de uma programação em
OOP – programação voltada para os objetos –, com os enigmas de classes,
funções, loops, e outros detalhes, sendo o behavior o mais importante,
utilizado tanto pelos diagramas da CIA como nos atributos da SS. No caso, fora
de padrões mais afeitos a profundidades, portanto, como que experimentalmente
no escopo regional e nacional como experimentação com cobaias, a aplicação do
software comportamental seria utilizado nas modalidades nazi-fascistas.
A
questão toda seria compatibilizar essa programação em tempo hábil, e a dita
agente, pois se tornara uma das mais hábeis, deveria dar conta do recado em
curto tempo e reprogramar a função a ela atribuída para a tarefa que a
orientadora urgia ter em mãos para a sedimentação do escopo do “experimento”...
No
entanto, houve um erro crasso, ela falhou e chorou amargamente as dores de se
apaixonar por esse homem, pois era dentro de si mesma tudo o que a sua
programação anterior antecipatória não previra, e desse vocábulo único e
impermanente naquilo que possuía como alma, não teria mais como segurar a onda,
pois errara demonstrando ter o sentimento que porventura não pediria mais a
Deus possuir, pois finalmente descobria pouco a pouco o significado dessa
palavra, e nem as suas pantomimas anteriores de tentar imitar a Krsna dariam
certo, e depois que o poeta louco revelou a essa mulher o diafragma que ela
esquecera de estudar dentro da sua pretensa respiração retal, acabou por se
convencer de abandonar o projeto e partir para prosseguir com suas carreiras de
eventos, e se tornou uma talentosa mulher de negócios.
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