quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A NATUREZA DO VÍCIO – USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA


                Algumas pessoas fazem uso do álcool e outras substâncias, com a real motivação de algo, ou seja, de obter o estado de euforia, de alegria, ou mesmo do que se pensa ser o relaxamento de tensões, ou, caso de substâncias estimulantes, manter-se ativo – aparentemente -, acordado, produtivo, ou ligado, no jargão da gíria dos drogadictos usuais. O estar em sintonia com algo infere que, por exemplo no caso da maconha que é uma substância que afeta a percepção sensorial e de pensamentos, quem não faz uso da mesma em uma roda sequer pode compreender a viagem, ou mesmo essa sintonia supracitada, posto parecer, quando uma pessoa não nega o uso, ou se inibe diante de amigos sobre essa chamada “caretice”, que estar fora desse contexto signifique quiçá até mesmo perder o vínculo social, o mesmo se dando no álcool, mais recorrentemente, pois é droga que se vende em qualquer lugar e denoda até mesmo um aspecto cultural arraigado nas sociedades desde há muito tempo. Esse é um primeiro contato com qualquer substância, o uso em si, posto por vezes algumas pessoas que estão em fase de formação cerebral que vai até os 21 anos, fazem uso indiscriminado do álcool, por isso a lei de que não se deva vendê-lo a menores de idade, já que o córtex frontal responsável pela percepção e organização do pensamento é prejudicado pelo abuso da substância.

                Na questão do abuso, as pessoas começam a perceber as perdas do uso do álcool, os primeiros apagões, as ressacas, ter dormido com quem não teria desejado propriamente sóbrio, um acidente por vezes que põe em risco a vida de outros, uma discussão, um conflito existencial, ou mesmo, no caso tanto do abuso quanto do uso, o histórico de depressão ou transtornos mentais, casos que a medicina por vezes acaba tendo que intervir, quando a situação se torna grave. O incrível é que geralmente quem bebe demais ou faz uso de drogas ilícitas, acabam por – depois de passado o efeito – tem de confrontar seus problemas dos quais fizera sua fuga temporária, onde nada se teve resolvido, a não ser por vezes maiores problemas recorrentes, quando se ofendeu um amigo, ou uma amiga, quando gerou uma violência verbal ou de fato, ou quando não se lembrava mais do que tinha feito a noite passada, e por vezes acorda do lado de alguém que mal conhecia intimamente.

                Quando recorrentemente o indivíduo passa a beber para esquecer algo, quando procura a bebida assiduamente e sequiosamente, quando tem a intenção de se embriagar, já está na fase última que é a dependência, fartamente observada em botecos onde os homens se reúnem para beber apenas, pura e simplesmente, e por vezes estão perdendo as relações que deveriam valorizar, como uma esposa, um filho, ou materialmente, não acordando disposto para trabalhar, ou mesmo bebendo em serviço. No entanto, principalmente para a juventude é importante salientar que o cruzado, ou seja, o alcoólico que faz uso, principalmente da cocaína para dar conta de seu trabalho e “curar” a ressaca do dia anterior, estará agora na dependência cruzada, com dois vícios extremamente pesados, e por vezes ainda fuma à noite a maconha para relaxar e voltar ao que chama à sintonia com o mundo, como foi citado anteriormente no primeiro parágrafo. Estará rumando pouco a pouco para uma vida insana, onde a questão é que tudo o que fizer não o permitirá fazê-lo bem feito, pois a loucura acomete os mais sensíveis, e geralmente quem trafica ou é responsável pelo crime gosta quando artistas, ou intelectuais, ou estudantes ou mesmo gente que trabalha sóbrio caia sob essa demanda, posto evitar o quanto antes essa jornada perigosa é uma condição mesma de nossa preservação da psique, do nosso caráter e do nosso juízo perante tudo e todos...


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