segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

OMNICEPTIC


                Reduzido a uma convenção de propósito, não confere maior valor a que seja dada uma opinião, é animal obtuso, como um boi sem chifres, com um apêndice de lata, onde reside uma caixa que funciona como um tipo de cofre vazio, sempre na espera que lhe alimentem de algum níquel. Fecha seu sexo com um zíper multifuncional, como se algo de segredo lhe talhasse esse fechar, mas não crê que seja com algo ou alguém preceder alguma atitude.

                Possui casco fendido como um bode, mas não espia cabras sem o consentimento de um espelho onde possa enxergar que existe seu próprio reflexo, ou lente que fotografe um momento para se provar, como a revisitação de algo ou alguém que estivesse presente, pois não acredita na lona das invectivas eletrônicas...

                Parece um ser complexo, mas seu observar é que o torna hermético, fechado. Por diversas experiências anteriores mal concluídas, passou a não vivenciar integralmente mais nenhuma, qual circunstância onde não encontra nem uma arquitetura que traduza um sentimento, mas um cenário eterno onde não elege seu representante a liderar algum ato seu.

                Seus pelos são oleosos e viscosos, pois esquece deles como se não existissem, posto sua carne é o que tem acima dos pelos, paradoxalmente... Refuta premissas e desconstrói conclusões, como se o que se pensasse já não fora mais, e sabe que o faz porque não confia sequer em alguma opinião ou leitura que alguém fizesse de algo que porventura expressasse, pois significa o mesmo espelho de milhares de omnis e milhões de ceptics.

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