sábado, 26 de agosto de 2023

A QUEBRA DE UM TRONCO


                O recurso de um método, não obstante o obscurecimento da não predisposição a maiores aberturas do pensamento, pode ser uma solução quase disciplinadora a que se dê um embasamento de se começar uma linha qualitativa do pensamento. A linha inflete um ponto, um start, um início, mas pode ser algo que relembre os ruídos anteriores, conceitos históricos ensurdecedores, por vezes, mas por hora talvez não fosse tão importante sabermos que a conceituação ou leitura da história é um diálogo constante, e devemos por vezes, mesmo imersos em um animismo mítico, alhearmo-nos em busca da pureza em que o cristal de uma vereda em que a razão nos coloque frente a frente com uma ética que seja válida porquanto princípio que norteie qualquer embasamento cabal.

                O tronco por vezes se rompe, em se falando das coisas da Natureza, e essa ruptura sói generalizar-se na floresta, depois da passagem de uma tempestade, ou dessas taturanas de metal que tateiam em busca da madeira sua vestimenta da ganância, deixando seus rastros, e urge pensarmos isoladamente em um tronco apenas, posto único em sua leniência de ser vivo que agrega milhões de suas próprias Naturezas e a dialética por si só infinita, enquanto realidade que nenhuma valia explica na conformidade de transformações celulares ou atômicas.

                Visivelmente, um tronco é algo por vezes robusto, grande, e sentimos a imagem da destruição, o grito da selva, o símbolo, o rufar dos tambores do índio, seus cocares desfeitos, a coleta que não acontece mais no caminho truncado pelas ramagens desfeitas no processo do mesmo caminho do que não retorna, ao imaginário do civilizado que imagina, e à realidade do índio que vivencia, e a predominância do não pensar, mas a ação que transige com a civilização outra, a outra parte que não vimos, a Europa que não pertence à célula da cabana, da oca, da ocara...

                Nasce a erva da raiz que ficara, nasce o rebento na aldeia, e o índio guri não saberá do tropeço que será compulsório, já na matéria decomposta de uma latitude de século, desfeita pelo trator, destratada pela serra. Esses gestos ele conhecerá depois, ele saberá em sua história apenas da estrada de um barro limoso, algo de caminhão-máquina que passa levando as toras, e mais do que um tronco seria desfazer a dialética infinita, para submeter a realidade da floresta ao nada do não ser enquanto o tronco aquele que seria de um mero observador que jamais o imaginaria, posto o sabe, seria apenas mais uma raiz onde se poupa a seiva de subir os andares que a Natureza premiou o verde em seus milhares de cores, que se chama apenas verde, assim como o tronco se chama assim, posto vernáculo que submete em uma palavra a vertente do infinito, em um reducionismo do desastre: ipsum facto...

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