Seria óbvio
afirmar que a Natureza, tal qual a conhecemos e a concebemos, não pertence a
uma realidade do mundo digital. Esse pertence aos homens e suas questões da
relação que têm com o planeta, e muitas vezes os aspectos produtivos envolvem
outros seres, e o mundo digital passa a estabelecer controle sobre a vida de
outras espécies, mas sua Natureza essencial não se pauta pelo mundo digital,
pois por vezes a pecuária é controlada por aquele, por exemplo, com todas as
ferramentas do abate, conforme a produção igualmente de lavouras automatizadas,
com máquinas para todos os lados, buscando sanar os problemas da fome no mundo.
O reino animal e o reino vegetal estão sobremodo à mercê desse sistema igualmente,
mas o comportamento da Natureza como um todo está sempre à parte do mundo
digital, com sua vida própria, e o homem não percebe que a sua realidade com os
computadores e celulares, a vida que representa dentro desse escopo eletrônico
nada mais é do que uma fração da Natureza e sua amplidão gigantesca, e a
exploração que o homem faz da Terra, sua única fonte de riquezas naturais,
geralmente tem sido desenfreada, não sustentável e de forma a causar danos
irreparáveis a curto prazo à mesma e gigantesca Natureza supracitada, que é na
verdade a única realidade pungente da nossa Casa Comum, que é esse mundo que
habitamos. Enquanto o ser humano não colocar término nessa sanha expropriadora,
enquanto não pensar que sua essência faz parte dos aspectos dessa Natureza,
ficará com a impressão de que possui o poder de transformar apenas, sendo que
na realidade a palavra mais indicada é mudar, mudar para melhor...
Em um
sentido em que o homem que devora a carne antes tratando da engorda com ração
de soja, verá que em vegetais e grãos quiçá pudesse encontrar a solução para o
problema da fome mundial, mesmo que saibamos na transgenia que permeia a
cultura de muitos grãos, suas matrizes compulsoriamente originárias de países
que impõem sua aquisição e tudo o que perpassa o interesse econômico tão recorrentemente
forte nos modais da exploração entre os membros da nossa própria espécie, ou da
nossa espécie em relação às outras, pois o abate das carnes não seria tão necessário
para que saciemos nossa luxúria de comermos pelo sabor, sem intuirmos que
enquanto estivermos praticando essa matança animal estaremos contribuindo com
um carma universal sem precedentes, espiritualmente falando, conforme os Vedas
explicam tão claramente nos Shastras sagrados. Uma vida vegetariana seria talvez
nos equilibrarmos melhor com os paradigmas de uma civilização que ressurgisse
mais piedosa com relação aos animais, e aquilo que se afirma que o pecado é o
que sai da boca do homem e não o que entra é profundamente equivocado, pois
para ingerirmos um pedaço do boi antes tivemos que sacrificá-lo, e a vaca é um
animal sagrado, conforme as escrituras védicas, que são nada mais nada menos do
que uma autoridade espiritual inegável no planeta, pois ninguém tem o direito
de matar o ser que deseja, e enquanto não possuirmos essa consciência estaremos
comendo o pecado, e trilhando logicamente caminhos em direção a produção
industrial da fome generalizada e economicamente construída para manter artificialmente
esses meios de produção já anacrônicos, espiritual e até materialmente falando.
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