terça-feira, 29 de outubro de 2024

DROGAS PSICOATIVAS E A DOENÇA MENTAL


               Na sociedade contemporânea, o dito cidadão civilizado passa por crises de ansiedade, por questões de hedonismo, pela busca irrefreável do prazer, como um escape necessário... Nessa intercorrência, porventura há muitos casos onde a presença e o uso das drogas ilícitas, tais como a maconha, a cocaína, o álcool e outras, fazem continuamente parte do dia a dia de milhares e milhares de pessoas, principalmente nas metrópoles, naqueles países de um Ocidente, porventura na América do Norte e Latina isso é recorrente, que sói encontrar nesse tipo de fuga a causa de muitas enfermidades psíquicas. É fato que o uso indiscriminado de substâncias alucinógenas como o THC causa problemas psiquiátricos, tais como um tipo clássico de psicose: a esquizofrenia, conforme inúmeros casos mundo afora. Entre liberar ou não o consumo, entre saber ou não se é uma erva inofensiva, temos que ter a consciência que essa droga põe os usuários em contato com o tráfico, por vezes no encontro com outras drogas como a cocaína, hoje ponta de lança do comércio internacional, e mal tremendo que causa à juventude principalmente, levando os seus usuários a crises paranoides e a comportamentos obsessivos, imprimindo um ritmo incessante a suas atividades, demandando noites insones e alterando o humor sobremaneira...

               Desde sempre, o álcool já foi e continua sendo uma substância altamente nociva àqueles que são portadores da doença do alcoolismo. É um fato que tal droga leva à loucura, é uma doença progressiva, podendo ter determinação fatal. Não fora só esse fato cientificamente comprovado por associações médicas do mundo inteiro, e comprovado pela OMS, ainda assim, em combinação com outras drogas se torna algo explosivo, sem freios, prolonga o estado de vigília quando mesclado com a cocaína, e esta por vezes com a maconha, naqueles “cigarros” de marijuana recheados de pó branco, na tentativa de supor que com as drogas as artes, e até mesmo a cultura estariam ganhando com esse tipo de “insumo”. Quantos artistas, como Elis Regina não morrem de overdose, quantos não morrem de cirrose hepática, quantos que ingerem LSD não sofrem do alto dos edifícios sua última viagem, plena do horror e das paranoias em fugir de uma “bad trip”? A psicoatividade do chá de cogumelos ou do peiote é avassaladora... Por vezes, é muito mais brutal do que qualquer psique normal poderia suportar, afora quando já há uma predisposição genética, que aponta a doença induzida por uma mera semana fumando da “erva”.

               Como pode se comportar psiquicamente uma criança treinada por traficantes para manusear uma arma e fazer parte do exército do crime, se na verdade estaria passando por testes que são tão brutais como conviver com a morte antes dos dez anos de idade, senão por cair em um manicômio para ser tratado no futuro, na melhor das hipóteses?

               Todas essas questões de saúde mental passam infelizmente por uma realidade presente em diversos locais do planeta, principalmente no Primeiro Mundo com sua decadência moral e física, e no Terceiro com os problemas sociais pungentes, onde a massa de indigência navega pelas ruas em busca de conseguir amealhar uns cobres para comprar da cachaça mais barata e ordinária, à pedra do crack que conseguem obter à revelia se passem a se fazer valer de participar como soldados de alguma facção ou qualquer artifício à altura dessa natureza. As vilas miseráveis do México, as favelas do Brasil, as cidades dos EUA e seus guetos, a questão racial como aglutinadora de mais e mais propósitos de protestos equivocados, tudo intui que o uso de substâncias vão bater igualmente nos costados daqueles mega empresários que tomam o seu champanhe no corpo de prostitutas, ou se encharcam do uísque escocês dentro de seus iates...

               A enfermidade superlota os sanatórios e os serviços de apoio à saúde mental, como no caso dos CAPs no Brasil, pois tal é a demanda do uso da droga e do álcool que muitos padecem sem usar, como no caso dos familiares de membros da drogadição generalizada. O fato é que na realidade as simples neuroses se tornam simples questões de psicoterapias, e a psiquiatria se torna cada vez mais necessária, posto os remédios serem compulsoriamente a única forma de se equacionar a solução de saúde mental no escopo da busca de se tornar menos caótica e mais controlada uma sociedade cada vez mais “canibalizada” e animalesca, no mal sentido.

               A acepção de que uma nova sociedade, mais justa social e economicamente, com devida e merecida distribuição de rendas, melhores ofertas de emprego, mais plena de real esperança para o panorama mundial, por si só remontaria antigos quebra-cabeças onde a lógica da dominação e da acumulação do capital sem freios, onde tudo é válido para enriquecer, inclusive vender e usar as drogas sem pensar no futuro, vem da necessidade de um planejamento ostensivo em termos de segurança institucional e releituras culturais massivas, onde todo o conteúdo que “ensina e estimula” ao uso do tóxico deveria ao menos ser revisto, sem negar obviamente a importância fundamental do universo dos agentes de saúde para solucionar as equações relativas à problemática da doença mental como um todo e todo o estudo e prática necessários para realizar tal obra a contento.

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