segunda-feira, 19 de agosto de 2024

O RIO E A FONTE


Do rio as fontes, de uma fonte única, e outras que sói emergirem
Quando o rio passa, e as gentes acompanham os fios d’água
Que, num quase soslaio da Natureza, perfilam seus caudais
Na temperança de se saber o rio, de se saber da fonte…

Rio de cores, que cores te turvam, óh querido que turvas igualmente
O olhar de uma rainha que não saberia dos destinos desencontrados
Quando, intempestivamente, seu olhar de mares naufragados em teu delta
Seria melhor ao andamento de tuas correntezas soturnas, qual o breu de uma única noite.

Não me naufragues meu barco de andamento único, posto o leme eu abraço túrgido
Na tua fronte de água de remanso, quando apascentas, tranquilo, a minha revolta pífia…

Rio que não me consideres nada, posto nada seria sem a tua tepidez de aurora
Quanto de saber que tua pele de aço líquido me espanta sem saber da certeza
Em que vertes, taciturno e sábio, a tua ciência pura e caudalosa.

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