sexta-feira, 30 de agosto de 2024

METAPSICOLOGIA DO RECALQUE OU O CONTRA-INVESTIMENTO NECESSÁRIO


        A pulsão do consumo de uma substância como a nicotina deduz sermos por vezes mais fracos à medida que o tempo vai se tornando mais e mais fator distanciador do consumo, é isso que dá na impressão de quem faz agora um relato não como observador, mas como aquele que vivencia exatamente esse tipo de ocorrência com sua própria mente, e o estrago que a dependência não apenas do álcool, mas de qualquer droga e qualquer substância – no caso agora pontualmente a nicotina, uma droga altamente viciante -, que não seja receitada pela medicina para combater um problema psíquico, ou outra doença qualquer.

        No entanto, há que se estabelecer um criterioso modal de como as funções vitais do homem e da mulher vão estar em um futuro não muito distante, se continuar com esse regramento de se crer que o recalque seja algo ruim para o ser humano, fator a ser desmembrado do inconsciente como uma sujeira a ser filtrada, mas basta que justamente esse tipo de recalque gerado por repressão necessária a respeito de drogas e afins, seja um contra-investimento das pulsões, um metabolismo mais consistente a respeito da libido e tudo o que significa um parcial recalque posteriormente recompensatório… Na realidade, diz-se isso da complexidade não da injunção de um tratamento médico, mas de como alguém deve encarar, um pouco sob a ótica da metapsicologia, ou usar de recursos que cada ser encontra em diversas modalidades da vida, enquanto for de consciência particular, justamente para ajudar no combate de crises de abstinência de algumas drogas ou outras questões… Mas especificamente o recalque ou aquela pulsão que varremos para debaixo do tapete, na maior parte das vezes, procrastinando o ato ou a atitude mais positiva de negar o consumo, “haja o que houver”, sob quaisquer circunstâncias, será aí sim um tipo de recalque consciente, um modo de nosso superego agir com poderes factíveis de policiar os nossos gestos e impulsos de tal forma que estaremos nesse sentido aptos a resistir ao vício da nicotina, como exemplo cabal, guerreiros ou verdadeiros soldados empreendendo mais uma batalha em um front cruento, pelo menos durante o dia, passando-se as 24 horas, que geralmente é mesmo no dia que nos surpreendemos enfrentando guerras e mais lutas particulares, na questão interna do enfrentamento da nicotina e quiçá para outros casos igualmente recorrentes, outras substâncias que são recorrentes, tudo o que na verdade nos preparará cada vez mais a empreender lutas maiores, como já foi citado no texto acima…

        Se fizermos o movimento contrário, um contra-investimento pulsional, na realidade estaremos colocando à prova que a nossa psique não precisa ficar à mercê de sentimentos e impulsos praticamente inconscientes, instintivos, no que não se deduza a intuição necessariamente como algo que tenha surgido nesse processo de auto-defesa, do instinto de Eros no sentido de auto-preservação… Se recusamos, segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, estaremos ingressando na metapsicologia no sentido de sequer compreendermos o serviço de estarmos cumprindo a nossa meta mais árdua dando um baile em maya, a ilusão, no sentido de usar a sua força propulsora como oceano onde por vezes navegamos meio embriagados por um desviar do foco causado pela abstinência da nicotina, mas na verdade estaremos aptos – sempre – a enfrentar essa peleja se soubermos enfrentar nossos “conflitos internos”, regressando basicamente para os conceitos atinentes em prol de nosso próprio bem-estar, sempre observando o diálogo possível que podemos estabelecer com as gentes, e aqueles já de Natureza irascível devemos ter reservas à altura, mas obviamente sempre evitar contendas desnecessárias.

        Em síntese, a abordagem que temos em relação ao vício da nicotina, bem como a outros, por vezes, dependendo da situação de cada cidadão, suas relações com o álcool ou com outra substância qualquer, essa abordagem como um todo haverá igualmente de ser dialética, mas é inegável que cada qual encontra seu próprio caminho, sendo o do contra-investimento apenas um fator que pode elucidar um caminho no caso dos vícios como um todo, seja de qualquer Natureza, pois apenas contam como mais e mais pedriscos rotos nas barreiras do atraso, e será detendo os excessos como um todo, e tudo o que não temos aparentemente como colocar freios que haveremos de aprender a como lutar com galhardia para não sermos abatidos pela substância qualquer que, jamais, poderá ser colocada a primeiro plano, quando de droga que não seja psiquiátrica, que existe para a cura, quando administrada pelo médico, obviamente...

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