sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

REFLÉTER


              Criatura feminina, éter de chumbo, voraz, sem a organização a ela pertencida, cheia de segredos, subversão da rocha, frente inenarrável da lingerie oculta, o cheiro precoce, a vitalidade alcançada ou não e vê, vê antes, como no éter de seus companheiros o cheiro de acetona, ou aquele remédio que lhe ensinaram em uma academia onde mal sabia o que realmente ocorre, quando sua derrota passageira lhe empresta a farsa, sua maior arma...

              Subterfúgio dos inocentes, vê a traição como algo sumamente natural, possui a forma de ser possuída, e cai nas conversas dos sexos como algo a ser meramente factual, e não prossegue sendo o arquétipo convencional das mulheres com boas intenções, pois gosta e ama a perversidade, o fetiche e a bizarrice.

              No seus reflexos ao espelho aparece o éter, na verdade o encontro com si mesma não transcende nada, pois a máscara da ficção seja a vida de mais uma que esteja no mundo que não seja apenas para vencer o objeto de sua atenção, mas gosta de ser útil, quando isso infira que suas fugas geográficas não pretendam mais ser apenas a mesma máscara que constrói no mesmo éter volátil de suas fibras de cristal, jamais sereno, pois a sabedoria não é qualidade de Refléter.

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