Terias
a Natureza de uma dama cosmopolita, ou seria o seu gesto a solidão do não
apertar seus botões mais secretos? A urdidura de seus segredos, pois sim, a
maturidade de suas pétalas, quais não seriam, cheirariam a perfume, ou seria o
seu gesto algo oculto porquanto enquanto não se encontrasse consigo mesma
estaria afeita a um mundo barbaramente desonesto? Temo que não, posto a
desonestidade pode ser a arma mais sóbria de uma mulher, quando sabe de si que
não põe freios na mandíbula de seu caráter... A carta é para dizer algo, se me
entendes, não és ninguém porquanto não seja eu igualmente, apenas um rapaz latino
americano com mais de cinquenta anos. Por um triz que o tempo tenha passado por
você meu pássaro de asas com vida breve, com a liberdade de viajar, e, queiras
saber, eu já passei por aí por através do avião dos meus pensares, e já estou
pousado em algo que porventura crêsseis fora coração, mas é apenas uma pequena
máquina de carne que bate no peito de um pobre coitado que, bem o dissestes, o
fez da humilhação sua seara, pequena flor de lótus petrificada no jardim do
Yamuna. A flor que pensavas ou tivera secaste, mas a imensa grama do jardim
acaba de crescer mais um palmo em dois dias, se não te apercebes?
Se te
crês soberba em tua grande aventura, saiba que será uma última aventura que
porventura poderia ter sido ao menos próxima da realidade... Posto enfeixas um
velho de bom caráter, e o poluis com seu tirocínio de medusa, melíflua como a
página da enganação de que seria aparecer, mesmo que algo de crível passe pela
cabeça do velho, com a arguta intenção, Deus que nos valha, de inferir poder
onde não há a menor possibilidade, e deverias saber disso. Agora seja uma que
dure o melhor possível para encontrar, que o seja, as petúnias são evidentes,
minha cara, e eu só lhe escrevo porque sei que ao menos se tiveres a
consciência de ler algo nas letras, que a carta ao menos lhe encontre bem,
devidamente inseminada, ou não... Talvez essa carta seja genérica e de fato é.
É para muitas mulheres que não se encontraram jamais, e jamais deram de seu imo
ou amaram de fato, a não ser que a mulher-objeto realmente exista, mas que,
isso é possível ainda? Ledo engano se não houvesse afirmativa, na resposta a
infelicidade é saber que as descoladas e duras não se permitem amar, talvez por
isso não fiquem com transtornos mentais, pois aquelas que se doam não aguentam
muitas vezes a truculência e a brutalidade de certos homens... Mas porventura a
cautela da entrega é factível de estratégias, e o pragmatismo feminino por
vezes é algo que certos românticos laivos de conduta sequer compreenderiam,
incluso a pequena flor que a mulher talvez escondesse dentro de si para ofertar
aquele que porventura um dia a amasse, mas isso é conclusão que, obviamente, o
poeta deixará a ser resolvido àquela que um dia o amar de fato, veraz e
ferozmente, como uma riqueza pétrea, por vezes uma negra que reside na África
de um Brasil que compactua com a união étnica como a única possibilidade
simbiótica entre um homem e uma mulher de bem. Só me entenda que a rocha onde
te despregastes não voga em uma paráfrase onde o homem sói ensaiar para ver se
algo de sentimentos, dentro de uma chuva que não passa de ilusão, não seria
maior do que o tempo em que nos sentiríamos melhores, mas se passa que um homem
e uma mulher em missão, outros, já não podem cumprir outras definições
afetivas, tal não fosse, estar de bem com o mundo, já de outra forma ou de uma
relação consensual mais profunda, querida...
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