quarta-feira, 26 de julho de 2023

DA NATUREZA DA VIDA


Eis que se perguntassem: o que seria do sal, e a terra que brotasse
No amanhecer fecundo de nossos planos?

E alguém diria: se o sol nasce por todos os dias no alvorecer dos bosques
Em primaveras que, mesmo que tardias, nos tocam os sentidos na plenitude
O sal se faz no ser do mesmo plano em que a Natureza emerge
Por sobre as penumbras tácitas da paz construída pela sensatez
Onde por vezes toda a lógica não remonta o sentimento de uma simples flor...

E ainda: se as plagas de um deserto calcificado na renúncia dos dias de solidão
Prenuncia as noites de dores incertas, onde a mais simples e impura substância
Signifique o substrato da intoxicação mais plena de nosso mesmo espírito
Não seríamos nós a razão de se querer que fôramos seriamente refeitos na voz
Que não calaríamos jamais no alvéolo mais verdadeiro da intenção religiosa?

E finalmente: se mesmo com todos os conselhos de Deus nos façam a pele ácida
Com um tempo que nos pareça eterno e consoante na diáspora de não termos
No perdão dos atos aquilo que um grande homem nos disse antes do sacrifício
Não nos pertençamos àquilo a que novamente chamaríeis de religião perfeita
Se, ao olhar do mesmo Deus onipresente, seríamos simplesmente chamados de homens?

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