terça-feira, 3 de dezembro de 2024

O DESCONCERTO DAS NUVENS


Por encima dos tonéis de carvalho
Derrubam fronteiras os bichos que não andam
Quais sombras, seríamos as vestes que não se rompem
Quando, ademais, não verteríamos sequer os dias de outrora?

A quantas páginas diríamos ao futuro
O viés de uma soturna nota musical
No que o sofrimento humano não nos anunciasse
Por necessidade, uma vértebra lunar de um poema?

Quando estivéssemos, notívagos, no umbral sonante da sorte,
Deveríamos supor que algo ou alguém nos concedesse o braço
Quando na verdade as nuvens sói arregimentarem ventos
Na suposição crua de que mais estrelas navegassem sobre nosso céu?

Sim a resposta, que fora na página desta, quem dissemos que fora,
A não ser, imediatismo do tempo, não quereríamos estar longe e distantes
No remendo de algo, no gesto, na última lacuna do sofrimento
Qual não fosse, porventura uma simples frase a sossegar um bom tempo.

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