quinta-feira, 17 de outubro de 2024

A IRRACIONALIDADE COMO CAMINHO E A CIÊNCIA EM XEQUE

 

       Termos sido treinados em diversas modalidades de atuação, conforme o pressuposto das sociedades em seus ditos correres em direção à ciência e à tecnologia, como se faria com populações onde Malthus depositaria sua “romã” azul, a metástase do inconforme, seríamos melhores quando bem formados, bem entendido, os homens da “ciência”. A linguagem lacaniana, a “associação livre” de Freud, ou o materialismo dialético de Engels e Marx e posteriores estudos, assim como os zoos e a “normalidade” dos humanos que têm conteúdos animalescos e se comportam como tais, com a racionalidade a que foram colocados como membros de uma coletividade onde se dispõem a trabalhar por vezes duramente, sequer contestando, e outros indivíduos há que se jactam pertencerem a uma classe inteligente, se supõem líderes, mestres em algo e, no mais das vezes, pela excessiva intelectualidade e racionalismo buscam em pulsões muitas vezes de cunho sexual seu refúgio mais secreto. Na verdade, não supõem não serem sequer superiores ao cãozinho de alguém que está morando no apto ao lado, posto esse cãozinho pode ser espiritualmente algo ou alguém, não deixando de fazer parte intrínseca da família em questão onde se encontra, posto, e isso é fato, a relação que temos com um animal doméstico não deixam as cicatrizes que muitas vezes obtemos com a relação conjugal, ou muitas vezes, familiar, quando a racionalidade justamente é aquele fator que tem causado mais ruídos do que o sentimento pura e simples pelo bicho, as plantas, os seres puros da existência, principalmente no mundo algo cru e desumano em extremos que vivemos na atualidade. Uma era em que a hipocrisia assume perfis gigantescos, e as desavenças igualmente, a proclamada Era de Kali, tão enunciada nos Vedanta.

        Religiões à parte, a conformação de que o ser humano que se aproxima dos animais, que se aplica na normalidade behaviorista dos estadunidenses e seu modo sui generis de ver a vida, bem como nas modalidades em que encontramos nessa sociedade a eclosão da violência, da drogadição, da permissão de imigrantes, efetivamente os EUA ainda são um território livre no panorama do mundo das atualidades, posto não quer de modo algum colocar em xeque a “normalidade” dos seres outros do planeta, com a única suposição de que também nessa nação há uma “casta” de inteligência e seus serviços, afeita a questões de geopolítica, no que a contradição entre a ciência e a conformação de seus operativos de guerra ao redor do mundo, e o medo de se perder a hegemonia econômica treinam cada vez mais seus braços ao redor do planeta, sucedendo que a guerra se trava, e tudo o que se esperaria de se encontrar amorosamente a relação mais saudável com as criaturas que passam no teste, no mais, na modalidade da inteligência travaria contato com camadas de populações mais vulneráveis, como na África, na América Latina e afins… A contradição é que, por lógica excludente, essa nação já pense em colonizar Marte posto aqui na Terra é como se as coisas não tivessem dado certo: como um abrigo aos que tenham dinheiro para se salvar, ou seja, os senhores da guerra, quem financia, quem seja um presidente, um político importante, aqueles que antes conseguirem um lugar ao Sol, só que em outro planeta!

        Parafraseando a obra de Freud: “O Mal-estar do Século”, já enfrentamos nessa entrada de milênio o grande mal-estar civilizatório, mesmo porque a corrida entre guerras quentes e frias já começou desde a virada do milênio e, antes disso, o que antes era a possibilidade possível de um homem e uma mulher possuírem finalmente uma relação vulvo-peniana, quiçá se torne apenas uma maneira de ambos se consolarem remotamente, dentro da padronagem a que cada qual acredite, a ponto de diluir-se o afeto, como diz Zygmunt Bauman em seu “Amor Líquido”. A ponto de que, em nossas loucuras, não aceitemos o ser em si como um homem com seu nome e sobrenome, alguém que veio para ser quem seja, não importando o codinome, pois de muitos profetas o mundo está cheio, e de combatentes as hordas estão repletas… Esse mal-estar da civilização contemporânea na medida em que sentimos seus efeitos, na sua contraparte permite que teçamos considerações e estudos aprofundados e que elucidem questões com propriedade.

        A questão está na busca, como dizia um guru, somos todos buscadores, estaremos buscando saídas melhores e mais efetivas em direção à uma forma de estarmos em paz, nem que seja conosco mesmos… Se não formos sinceros e começarmos a nos comunicar através de codificações, a coisa fará parte de tal forma do cunho sistêmico altamente previsível, que voltaremos a fases infantis, quiçá para que a própria fase anal seja algo que já faça parte da consciência dos seres como um todo, ou que coisas como sociedades secretas ainda queiram, através da Inteligência Artificial, continuar a produzir autômatos, agora não mais com o perfil animalesco e profundamente humano em seu viés, posto aquele que não é tão racional passa a ser mais valioso, porquanto mais falho, e a ciência que fabricará mais e mais peças de grandes centros industriais para serem importadas para a América Latina, como um exemplo cabal de se tirar o ar de nossos produtores e de nossa indústria nacional vira uma nova modalidade de imperialismo, onde não precisamos de caridade de nenhum país, o que precisamos mesmo é que essa ciência hipócrita que não nos deixa sermos de fato independentes, não nos faça reincidir no mesmo erro que voga cairmos na insensatez do outro império, posto só se explica espiritualidade hoje em dia se tivermos condições financeiras para tal, o resto é linguagem para inglês ver, ou teatrinho mal ensaiado...
 

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