sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O NÃO JULGAR A SI, QUEM DERA


Não queiramos ao próprio, ao impróprio seja,
Qual fora, o impermanente soslaio do vento
No voar coleante de uma ave negra sem nome
Se fora urubu, e realmente foi: apenas um, em meio às gaivotas…

E, se isso não dissera antes, o disse no momento exato,
Na visão daquele que vê, supostamente, a Natureza e seus seres, quem dera,
A não julgar dantescos pensamentos, que o voo das aves é de escopo do tempo, igualmente.

Suster uma antiga poesia, marulhar um amor impossível, quem dera, não supor mais nada
O que não seja a promessa de quimeras, ou o fato de sombras, mas de fato algo acontece
Por dentro de um país em um continente mais sereno, onde os estrangeiros ponteiam
Na América do Sul, de dentro e de fora, quem suporia algo que não fosse simplesmente o fato.

Não julgaremos a nós mesmos, o poeta canta um canto que cantava, antes, antes mesmo de cantar
O que não saberia dizer na lucidez das mulheres, e esse beber trigueiro da nova mulher, esse canto todo
Se reverbere a que a mulher saiba de seu próprio canto, as negras, as brancas, as da Ásia, as dos EUA e tantas
Posto não haver fronteiras na frente da sobriedade em se saber mais fecundo o plano
Em que se deposita a fé imorredoura naquele mesmo pássaro, que não se saiba o gênero,
Posto de sermos, homens e mulheres, e crianças e seres, e cães e gatos, e presença
A alvorada que não coleia tanto como o urubu que come de seu peixe na areia da manhã de uma sexta
A que tantos nos viessem por uma caminhada na turba de uma ilha, depois que o coletivo despeja mais um ser pela porta...

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