sexta-feira, 2 de agosto de 2024

MERGULHO NO ABISMO


Quem fostes, Zumbi, a pátria pétrea não te apaga
E escreves com o carvão na superfície da pedra do muro
E que tua esposa tenha desposado um principiar, e que a memória fique
Posto estares vivo na pele de muitos, os que não te deixam
E que não se apele para que a favela o saiba bem
Que, de todos os promontórios, és o que falava e dizes, no quilombo
Em milhares de palmares que te anuncias na cultura rediviva
Daquilo que muitos sequer se apercebem, nas coisas de um remoto Estado
Ou na profusão dos significante da África que não cesse de enviar
Os obreiros que emanam de tuas mãos madreperoladas do ébano
Para que retornem à consciência de que não somos expatriados, pois o país é mais negro em vossa presença.

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